O SUCESSO DO BONDE SEM FREIO

A conquista invicta do Flamengo merece ser comemorada, evidentemente. Como fazem sempre os rubro-negros. Isso é uma coisa. A gozação sobre os vascaínos é justa. Faz parte do esporte. E deve ser assim. Se não, perde a graça. O que devem  fazer, rubro-negros, vascaínos, alvinegros e tricolores, é começar a trabalhar para mudar as coisas, pensar mais adiante. Foi um bom campeonato, esta tudo bem ?

Não, não está tudo bem. Primeiro devemos analisar a parte técnica dos quatro grandes clubes do Rio. A volta de Ronaldinho Gaucho mudou o que no Flamengo ?. Vou responder: nada. O time vinha de três campeonatos seguidos e um vice, ano passado, para o Botafogo. Mais que isso, nos últimos vinte anos o Flamengo foi campeão dez vezes. Deixou dez para dividir por três. É muita coisa.

Se não foi brilhante em todos os sentidos, a arbitragem no Rio melhorou consideravelmente, se comparada a São Paulo, por exemplo, onde até Paulo Cesar Oliveira, o melhor árbitro brasileiro, está sendo apontado como suspeito de beneficiar o Corinthians. Uma coisa que não se pode mais discutir por aqui. O total apoio dado pelo presidente de Federação Rubens Lopes a Jorge Rabello, da Comissão de Arbitragem foi fundamental para melhorar significativamente a qualidade das arbitragens no nosso campeonato.

As contratações, além de Ronaldinho, não trouxeram a qualidade esperada para a competição que já foi a mais charmosa do futebol brasileiro. Se alguns jogadores renderam alguma coisa, como Thiago Neves, que bateu o pênalti do titulo, outros decepcionaram inteiramente, como Deivid, Diego Souza, Belleti, Souza, e outros, que tiveram o desconforto de sentar no banco de reservas em alguns jogos.Os dois Felipes, do Flamengo e do Vasco, foram bem, mas sem o brilho que deles se esperava. O goleiro se destacou mais por ter sido campeão.

O Fluminense foi a grande decepção, mais uma vez. Eliminado na semifinal pelo Flamengo, já está dois títulos atrás dos rubro-negros, mesmo tendo, no papel, como se costuma dizer, o melhor elenco do Estado, com Fred, Conca, o melhor jogador do brasileiro do ano passado, o recém-dispensado Emerson  o agora artilheiro Rafael Moura e o volúvel Deco. Jogadores com os maiores salários do futebol brasileiro com custo benefício muito abaixo do esperado.

Resumindo, um campeonato tecnicamente razoável a fraco. Nada de extraordinário. Apontar o melhor jogador da competição vai ser tarefa difícil. Escalar a “seleção” dos melhores pior ainda. Com tudo isso contra, a lamentar as baixas rendas, ou públicos, mesmo sem a utilização do Maracanã e o horário dos jogos, que é determinado pela TV que detém os direitos de transmissão e faz a sua grade. O futebol, os profissionais nele envolvidos e o torcedor são detalhes. Tudo por conta da subserviência dos clubes.

Para piorar, a violência fora de campo ganha novas proporções e ameaça, mais uma vez, quem estava voltando aos estádios com suas famílias. E preciso haver uma política severa de contenção a esses bandidos que saem de casa não para ver os jogos, mas para promover bagunça e praticar crimes, como os que aconteceram na decisão entre Vasco e Flamengo.  Não dá mais para passar a mão na cabeça dessa gente, que só tem um caminho a tomar: cadeia.

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