FUTEBOL NA TV

Principal responsável pelo estrangulamento do futebol brasileiro, as transmissões do futebol pela televisão chegaram a níveis insuportáveis, inaudíveis. Irei mais além, sustentando uma tese que defendi há mais de três décadas, quando participava do programa Operação Esporte, apresentado por Carlos Lima, no extinta TV Tupi, na Urca. “A TV vai matar o futebol”, eu disse mais de uma vez, começando minha carreira. Acertei.

Não há, no momento, solução, a curto prazo, para a recuperação do esporte favorito do povo. O campeonato fluminense, chamado de “CARIOCA” em placa na beira do gramado, deixou de ser “charmoso”, como insistiam alguns gênios da mídia – lugar onde há a maior concentração deles – para cair na real. Menos por culpa do presidente Rubens Lopes, que tem boas idéias, o melhor Departamento de Árbitros do país, mas ainda está preso a contratos pré-vitalícios (se não existe acabou de ser criado).

Hoje vi mais uma vitória do Real Madrid,que fizeram dois jogos em quatro dias, Copa do Rei e Liga das Estrelas, esse sim, o melhor campeonato do mundo. Exceção do goleiro Diego López, comprado às pressas, e do canterano Morata, todos são de seleção. Duas vitórias do Real sobre o decadente, momentâneo, Barcelona, que anda cansado, sem a mesma força física de sempre, a técnica não cai. Dois jogos em quatro dias, sim, mas a força é a mesma. Mais 180 mil pessoas assistiram as duas partidas. Isso é força.

Além de assistir os três melhores jogadores do mundo ao mesmo tempo, Messi, Cristiano Ronaldo e Iniesta, quinze campeões do mundo pela Espanha e uma grande organização, as transmissões do Canal Sky Plus, em HD, apresenta a melhor dupla da televisão brasileira formada por Mauricio Bonato e Clio Levi, a quem não tenho o prazer de conhecer porém sou grande admirador. Trabalho sério, competente, limpo, informativo, criativo, agradável. Falam o que querem, porque são bons, e, claro, agradam.

À noite fui obrigado a assistir a primeira partida da semifinal, Fluminense x Vasco, terminando às 20h30min, ou seja, “matando” o sábado, com jogador atropelando repórter ao pular uma placa de publicidade e um joguinho de doer, salvo pelos gols e as duas viradas, mais nada. O Vasco, com seu time em formação, um arremedo do que foi no passado, Elimina o Fluminense, tido como melhor elenco do futebol do Rio. Tá bom, que continuem dizendo isso. São os mesmos que chamam Dedé de mito.

O público presente responde por mim. Menos de 16 mil pagantes. Muita cara de pau marcar um jogo (já foi um grande clássico) desse para o horário citado e os preços absurdos que cobram. O cara guarda para ver a final, claro, que ninguém é otário de desembolsar parte importante do seu salário para assistir a quem mesmo ? Não havia em campo UM jogador sequer que se possa afirmar que estará na copa do mundo, daqui a pouco mais de um ano. Uma multidão em campo, atrasos em todos os jogos, uma zona.

Não posso fechar sem falar de uma determinação da Federação, com relação ao TEMPO TÉCNICO, introduzido pela Comissão de Arbitragem, para que os treinadores possam participar do jogo, dar instruções, tentar mudar as coisas, acertar os times. O pessoal aproveita e descansa, se reidrata, uma medida super importante num país quente como o nosso, cada vez mais sufocante. Pois bem, a TV PAGA transmitindo pode (aconteceu sábado), a chamada aberta NÃO PODE. Eles não permitem. Ficou claro, vou repetir: A TV ABERTA NÃO PERMITE e estamos conversados. Pode fazer 100 graus, eles NÃO QUEREM.

E estamos conversados. A Federação, é verdade, queria, mas não pode fazer nada. Os clubes pegam dinheiro adiantado aos clubes que ficam comendo na mão dessa gente. Uma vergonha, o Flamengo, para citar apenas o clube mais popular do país, com um patrimônio calculado em 35 milhões de torcedores, talvez a maior do mundo, se submeter a isso. Que inveja do Real Madrid, que faz seu contrato separado com a televisão e ESTABELECE o valor. Se quer, pega, se não, larga, como o presidente Florentino Pérez fez na época dos galácticos. Chegaremos um dia a esse nível, acho pouco provável. Muito estranho esse tipo de comportamento dos clubes brasileiros.

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