AUTUORI FOI A CAÇA DA VEZ

Paulo Autuori deixou o Vasco, decepcionado, não podemos tirar sua razão, com a impossibilidade de poder desenvolver um plano de trabalho. Quando foi convidado e aceitou o desafio – sim, ser técnico é um grande desafio, em qualquer lugar – teve a promessa do presidente Roberto Dinamite de que poderia trabalhar com o elenco em paz, salários em dia, todos felizes. Fala-se numa nova facção de passeata: “queremos time padrão Fifa”.

Vejamos essa situação do Vasco da Gama, comum a 99% dos clubes brasileiros.  Considerando que tudo que foi dito e escrito é verdade,  precisa haver uma mudança radical, mexer em tudo. Primeiro, nenhum clube brasileiro pode pagar R$ 700 mil de salário a um treinador. Não discuto se valem ou não, isso é outra coisa. Na situação atual, o que Autuori poderia fazer que o Cristovão, por exemplo, não estava fazendo ?

Digamos, por hipótese, que José Mourinho seja o melhor treinador do mundo. Ou Pep Guardiola, vá lá. O que poderia fazer o português ou o espanhol com o atual elenco do Vasco, além do que Autuori estava tentanto fazer ? Antes o Cristovão, entre os dois, Gaucho, que teve aproveitamento superior ao técnico que está se despedindo. Complicado, não ? Todas as torcidas brasileiras, incluindo a de seleção, tem culpa nesse estado de coisas. Todas, sem exceção. E ninguém vai mudar, torcida é assim.

Exige, quer time, vitórias, títulos. É da cultura do torcedor brasileiro. Claro, todo torcedor, em qualquer lugar do mundo, quer o mesmo. Entretanto é mais racional, aceita melhor as coisas, por formação, cultura. Técnico que não vence, cai, na Espanha, Portugal, Inglaterra, em qualquer lugar. Sir Alex Ferguson foi exceção, único no mundo com aquele currículo. Não existe outro na história do futebol mundial. Há que se considerar a formação cultural dos ingleses, bem diferente dos nossos.

Paulo Autuori, por quem tenho grande admiração e respeito, é pagina virada. Roberto sabe que precisa mudar, mas sua autonomia tem limites. Acho covardia determinados comentários a seu respeito, principalmente agora que ando frequentando o “Face”. Algumas, fáceis de identificar, vem de um determinado ponto da cidade. São as famosas “viúvas” de determinadas figuras que passaram por São Januário e deixaram  esse legado. Tipo Fifa.

Li um comentário de um carinha, criticando um colega jornalista, que torce pelo Flamengo, dizendo que ele, por ser rubro-negro não poderia “se meter nas coisas do Vasco”. Ora, quanta insentatez. Ele pode e deve, como profissional, analisar todos os fatos que envolvam o futebol, doa a quem doer, desde que seja independente. Por que há determinadas pessoas que, realmente, não tem respaldo moral para criticar. E não são poucos. Esses eu abomino, ignoro.

 

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