O FIM DAS ORGANIZADAS

A Inglaterra enquadrou os Hooligans.

Difícil concordar com o ministro do Esporte Aldo Rebello, defensor da manutenção das torcidas organizadas. Será que o cidadão Aldo Rebello pensaria da mesma forma que o político, se tivesse filhos adolescentes frequentando os estádios e acomodados entre os cidadãos comuns, andando de ônibus, trem, metrô ?

Alega Rebello que em todos os segmentos da sociedade existem pessoas boas e más e que alguns estariam pagando contas alheias. Não vejo assim, Ministro. Frequento estádios desde meados da década de 1950, quando as torcidas tinham apenas um representante, que se tornaram famosos como Tarzan(Botafogo), Dulce Rosalina e Ramalho(Vasco) e Jaime de Carvalho (Flamengo), criador da Charanga,  primeira torcida organizada racional, em 1942. E ninguém brigava.

Claro que o mundo mudou, sei disso. Mudou também na Inglaterra, onde habitavam  os grupos de torcedores mais violentos que se tem notícia. Viviam, repito, porque não atuam mais. Sua Majestade deu uma ordem que aqueles grupos deveriam ser extintos. E foram. Não há mais grades, telas ou policiamento separando aquela gente dos torcedores.

Eles sabem e conhecem seus limites. Não há fosso nos estádios, apenas policiamento rigoroso, que atua com auxilio de câmeras e um tribunal de justiça que aplica severas penas. Assim a Inglaterra enfrentou e venceu os bandidos conhecidos como “hooligans”. Foram retirados das ruas mais de 300 elementos perigosos, que permanecem – muitos deles – até hoje nas cadeias londrinas.

No Brasil os números são aterrorizantes. Mais de 150 pessoas foram mortas em confrontos envolvendo torcidas organizadas. Um ministro revela-se contra medidas severas para punir os baderneiros e homicidas infiltrados nas torcidas, com a evidente conivência dos responsáveis por essas gangues. Fico imaginando qual deve ser o conceito de limite para

O Sr. Rebello.

O País será sede da próxima copa do mundo. Evidente está que as autoridades imaginam que esse tipo de gente não deverá ir aos estádios, por ser uma competição internacional de seleções, não de times. Diferentemente dos ingleses que já estão monitorando os torcedores que pretendem sair do país para ver os jogos de sua seleção na copa da Europa. Como foram seguidos nos jogos de suas equipes na Liga dos Campeões e na Liga Europa.

Para tentar conter as atividades desses grupos as autoridades inglesas enviaram  policiais para ajudar as autoridades locais e filmá-los. Os mais conhecidos foram monitorados particularmente, tendo seus passos acompanhados as vinte e quatro horas do dia. Em casos especiais, como envolvimentos em badernas ou brigas, eram detidos assim que desembarcavam em seu país.

Evidente que, amparados por uma postura ministerial e a certeza da impunidade, será impossível combater esses grupos. Sem contar com a experiência e a eficiência da Scotland Yard, que tem  todo o aparato necessário para esse tipo de enfrentamento, será impossível monitorar essa gente. Pior será julgá-los e puni-los como cada caso exige.

Em um ano foram registrados 17 mortes e mais de 800 feridos. Há que se pôr um freio nisso ou corremos o risco de não poder sair de casa, mesmo morando longe dos estádios ou jogar com portões fechados. Fazer partidas com uma só torcida não vai resolver o problema, que se estende a locais afastados dos campos.

Os Ministérios Públicos querem acabar com as torcidas organizadas. Para as autoridades não há mais como minimizar nem esconder seus crimes, muitos deles abafados ou encerrados dentro de uma gaveta. Quando não são transformados em cestas básicas ou prisões domiciliares. Senhores ministros e demais autoridades, está na hora de escolher: Ou nós ou eles.

One thought on “O FIM DAS ORGANIZADAS

  1. Grande, Iata Anderson

    Iata, os políticos que tem o poder de dizimar esses bandidos que frequentam os estádios de futebol vivem numa redoma na qual nós pobres mortais estamos excluídos. Apenas lembrados somente em épocas de eleições. Só. Essa escória de organizadas também elegem parlamentares como também são massa de manobra das diretorias dos clubes brasileiros. Oxalá tivessemos várias MARGARETs THATCHERs aqui no Brasil.
    Digo várias porque aqui no país não basta uma. Não conseguiria dar um fim
    nessa vergonha que é torcida organizada em razão dos muitos desinteressados governantes que estão se lixando para o nosso povo e não abraçaria essa causa tão importante, ao meu ver.
    Não se preocupe com os “filhos de Brasília” quando forem aos campos de futebol, hein!
    Por certo, estarão em camarotes Vips com três seguranças “armários” como proteção pessoal.
    Por outro lado, nós, os mortais estaremos à mercê da bandidagem; dos intimidadores que cobram uma fortuna para olhar carros e depois desaparecem;
    dos lixos de banheiros que nos são colocados nas dependências dos estádios; filas gigantescas devida o outro lixo de desorganização dos clubes, além de outros aspectos que estão afastando os torcedores de bem dos campos tupiniquim.
    É tudo miuto lamentável.

    Um grande abraço, Iata. E fica com DEUS.

    Ah, você que conhece muito bem o Renê Simões, fala pra ele que estou torcendo muito pelo seu projeto “Cotia” do meu São Paulo F.C. Ele é um sujeito sério, comprometido e competente. Tenho certeza que dará frutos daqui alguns anos, valeu!?

    saudações são-paulinas

    Paulo Egydio, 36, JACAREÍ-SP.

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