Sou contra o árbitro de vídeo ou o nome que queiram dar, quando ele for usado para modificar a interpretação do árbitro. É melhor, para o bem do futebol, que nem se cogite essa ideia, como tem sido discutida por alguns “técnicos” de vidro, diria, sem nenhuma intenção de fazer trocadilho. São argumentos muito frágeis que não resistem a uma discussão mais técnica. Nas peladas, bola na mão ou mão na bola é a mesma coisa. Para o jogo, põe no chão e vida que segue. Na verdade, o International Board, responsável pelas mudanças nas regras tem permitido uma série interminável de discussões que poderiam ser evitadas. Possivelmente até mesmo por erro de tradução. Futebol virou uma coisa chata na visão dos comentaristas, narradores, repórteres, mídia em geral. Uma espécie de palavras cruzadas, termos inapropriados a um esporte mundial que fascina por seus contrastes, erros e acertos, gênios e “pernas de pau”, para usar um termo peladeiro em desuso. Ficou politicamente correto – o que por si já é uma chatice – demais. Hoje vimos um exemplo de como o árbitro de vídeo precisa ser usado. O Olimpique de Marselha, onde brilharam Jairzinho e Paulo Cezar na década de 1970, obteve classificação para disputar a final da Liga da Europa, contra o Atlético de Madrid, eliminando o Salsburgo, da Áustria, com um gol em cobrança de escanteio mal assinalado pelo árbitro Sergei Karasev, da Russia, que não teve ajuda dos auxiliares de lateral e de fundo. A bola chutada por Anguissa bateu no joelho de um jogador do time francês, na verdade seria tiro de meta. Muito claro pelas imagens da televisão. Gol do português Rolando, aos 116 minutos da prorrogação, time na final e quem paga o prejuízo do Salsburgo, uma temporada inteira de trabalho, tudo por terra devido a uma irregularidade da arbitragem ? Impossível, três pessoas olhando o mesmo lance e nenhuma delas viu o que deveria, foram escalados para isso.
FOTO: Rolando comemora o gol da classificação do Olimpique