Não discuto convocação nem escalação de time. Para isso existe um treinador e sua comissão técnica. No caso da seleção, Dunga está muito bem assessorado por Jorginho, ambos com longa experiência no assunto. Foi usado um critério, bastante badalado pelo técnico, que também não pode ser discutido, certo ou errado. Até aí tudo bem. Como brasileiro e jornalista esportivo tenho o meu critério, também já exposto acima. Primeiro devo dizer que não vejo a Copa do Mundo como uma “guerra”, mas um grande festival de futebol que reúne os maiores jogadores do planeta. Uma festa. Vou torcer pelo belo. Independente da cor de camisa, país, religião, qualquer coisa. Quero ver lindos gols, boas arbitragens, torcer para que as grandes estrelas repitam o que estão fazendo em seus clubes. Tenho o direito, e vou usá-lo, de achar essa ou aquela indicação fora do meu gosto. Assim, não pretendo impor – como é comum na grande imprensa – minha posição, preferência. Vou começar dizendo que considerei acertada a ausência de Adriano, que se “desconvocou” há muito tempo. Ele mesmo se “cortou” da relação com suas atitudes dentro e fora de campo. Andou frequentando as páginas policiais, não se comportou como atleta e o resultado foi o que se esperava. Está fora. Um jogador com todas as chances de ser titular e destaque nessa copa que se aproxima. Ele escolheu ficar em casa vendo na TV. Ronaldo Fenômeno foi outro que poderia brilhar mas não se esforçou o suficiente – se é que se esforçou – para disputar seu quinto mundial, feito jamais alcançado por qualquer jogador brasileiro. Ainda é o melhor “centro-avante” do mundo, tecnicamente. Em forma. Finalmente, para fechar a trinca, Ronaldinho Gaucho. Também na mesma escala dos dois anteriores. Ele sabe porque não foi convocado. Todos nós sabemos. Perdeu ele, a seleção ficou sem sua arte e a copa do mundo enfraquecida com a ausência dos três, que não terão outra oportunidade igual. Ao contrário deles, Robinho voltou ao Santos, foi campeão, se aprumou de novo e ganhou a vaga, com mérito. Deu a volta por cima e se convocou, jogando, e ainda levou a reboque os “meninos da vila”, hoje a maior sensação do futebol brasileiro. Nesse bonde poderia haver uma vaga para Neymar, no momento o melhor jogador em atividade por aqui. Seria, na minha avaliação, a única alteração na lista apresentada por Dunga. A convocação de Kleberson me surpreendeu, mas o técnico confia nele, mesmo fora de forma, como agora. Foi chamado pelo fator critério, hoje substituído por quem estiver em “melhor forma”. Pesa mais ser conhecido pelo técnico que jogar o que o Ganso, do Santos, está jogando. Resumindo, vamos torcer para que a festa seja completa, sem armações, erros de arbitragem, acordos para resultados, coisas comuns nesse torneio que a dona Fifa promove a cada quatro anos. Que Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, Drogba, Terry, Xavi, Buffon e outras estrelas possam brilhar intensamente, pelo menos nesses 30 dias de bola rolando em gramados da África do Sul.