Sergio Vieira, um dos nossos contatos em Portugal, falou do sonolento jogo de “parentes” (pátria mãe e filha), que nós chamamos de “compadres”. No caso, comadres. Não é que eu concordo com o gajo ?. CR9 anda mais para equilibrista e artista de cinema que para jogador. Dona Fifa anda enfiando os pés pela cabeça, o que não é novidade. Afinal, Copa do Mundo é um grande mercado de produtos esportivos e vitrine de jogadores. Claro, e a grana preta que entra pelos direitos de transmissão. Antes que eu esqueça, qualidades técnicas de CR9 à parte, que não sou imbecil. É o melhor atacante do mundo – tipo centro-avante – quando se propuser a jogar futebol e não se mirar no telão a cada “letra” ou chute do meio do campo. Está “inventando” e isso não é bom. Tenho que concordar com o Sergio, mais uma vez. Que jogadoraço o lateral Coentrão. O melhor da copa até agora. Vou aguardar o resultado do clássico dos vizinhos.
Enquanto escrevo esta opinião, recorro à audição da excelente música do último álbum de Herbie Hancock / “The Imagine Project” (o qual aconselho vivamente !) para depurar o estado de espírito que me ficou depois da partida entre Brasil e Portugal para a Copa 2010.
Fui “abordado” na rua por um amigo jornalista, um dia antes da partida, e que naquele momento saía para fazer uma enquete sobre o que o cidadão comum achava no que ia dar aquele encontro de futebol entre os países irmãos. E nada mais adequado para a matéria do amigo repórter do que colher a opinião de um cidadão que tem a cronologia da vida dividida entre Brasil e Portugal.
Instintivamente fui taxativo e mandei : “Vai ser um jogo de compadres”, e vaticinei um resultado de 1 x 1. Acho que estava ali naquela opinião o socialmente correto. Embora a minha alma, certeza e vontade pendesse para uma vitória do escrete.
Parei no trabalho por 90 minutos, e mais alguns (infelizmente!) para ver aquele futebol enfadonho, e com efeitos calmantes que foi a partida. Comentários à partida neste momento são desnecessários, porque o julgamento se não é unanime, deve rondar os 99,9%.
Foi um jogo chato, difícil, mesmo difícil de se ver. As pestanas só se abriam mesmo quando havia mais um cartão amarelo. Nisto o jogo foi pródigo !
A expectativa aqui em terras de Afonso Henriques, era de que o Brasil era claramente superior, e que no máximo Portugal conseguiria empatar, o que veio na realidade a acontecer.
Porém, depois do jogo, e perante a inércia de um Brasil, deficiente de futebol e de ginga, os “patrícios” se assanharam todos e disseram nas ruas, TV, e rádios que Portugal só não ganhou por que não calhou.
Bem se há jogos em que as duas equipes mereciam perder, esta era uma delas. Portugal só fazia contas e jogava os búzios para saber se pegaria a Espanha ou não.
Bingo ! Saiu a Espanha no caminho da seleção de Carlos Queiroz. Cristiano Ronaldo, outra vez (a 3ª em 3 jogos) eleito o melhor em campo. Ainda dizem que os patrocínios e os padrinhos não se mexem !
Posso ser supeito para falar como Benfiquista que sou, mas o melhor em campo foi Fábio Coentrão, de longe…
Como canta a canção do Rei: “Daqui p’ra frente, tudo vai ser diferente…” é mata-mata. Quem perder, é pegar no passaporte e fazer o check-in de volta para as origens.
Termino com um ditado português. “Só quem tem unhas é que toca guitarra”. Vamos ver, quem além das unhas, têm os instrumentos mais afinados para os próximos jogos !