Qualquer jornalista que se preza gosta de escalar “seleção do ano” para onde trabalha. É uma tradição no futebol brasileiro. Porém, não me convidem para participar dessa farsa. A única que sempre acreditei, acompanhei e acredito seja – ou era – séria, é a Bola do Ouro, do Placar, baseada em notas por rodada, muito bem feita. Trabalhei num jornal, na década de 1980 e fui convidado a escalar o meu time. Fiz a lista, entreguei na redação e me pediram para mudar. “Precisamos botar alguém do Flamengo”, argumentaram. Nunca mais participei. Faço as minhas, em meus espaços e um abraço. Todas elas são manipuladas, atendem a interesses comerciais, torcidas, patrocinadores e são escalados quem eles querem, não os melhores. Apadrinhados é o que não falta. Comecei a ver uma entrega dos “melhores”, na TV e saí rapidinho, pois não concordei com a escalação do goleiro. Nem vi o resto. Na minha seleção, Marcelo Lomba foi o que mais chamou a atenção, em todos os jogos. Em grande fase. Hoje me divirto escalando o “meu” time, honestamente, pelo que assisti dos caras. Sem ninguém para dar pitaco. São as minhas “feras” e pronto. Por curiosidade fui ver os eleitos e, olhem que primor, 3 do time campeão (tinha que ser, para justificar)), 2 do Grêmio, 2 do Internacional, 2 do Flamengo e 1 do Santos, porque foi o artilheiro do campeonato, Gabriel. Tudo bem divididinho pra agradar a todos, fazer a festa. Legal. Se tivesse que fazer um time teria Pablo, do Atlético PR, baita jogador, Bruno Henrique, Diego Alves, Everton, Rodrigo Dourado e Dudu, como melhor do campeonato. Joga demais. Pedro, mesmo sem ter jogado todo o campeonato, seria meu centro-avante. É o melhor na posição desde Reinaldo, no mesmo estilo. Monstro. Tirar o “Apito de Ouro” de Anderson Daronco dá pra desconfiar que tem alguma coisa errada. É disparado o melhor árbitro brasileiro. Enfim, é assim que funciona. Completem o time, estes foram os que mais gostei de ver jogar. Acertaram no Felipão. Também se errassem ficaria feio.