É
Falar mal da seleção brasileira e do governo é um direito adquirido pelo povo brasileiro ao longo da sua sofrida história. O Temer tem feito a sua parte, mas e o Tite? Com ordem de quem assume, ganha de todo mundo e nos rouba este sagrado direito? “Quanto foi contra o Uruguai!”, perguntei sexta-feira ao meu porteiro antes de pegar o elevador. “Ganhamos!”. “Que saco!”. E o elevador subiu em silêncio. Sem críticas, tolhidos em seu repertório e emudecidos.
Desse jeito Tite de ser, vai cair a audiência dos jogos da seleção. E poucos irão aos estádios porque os resultados serão notícias que não alimentarão nossas frustrações. Poucos se postarão frente as bancas de jornais. Já imaginaram o Datena sem a cidade de São Paulo alagada, carros boiando e o helicóptero, como um abrute mecânico, sobrevoando e pregando os olhos dos curiosos nas telinhas pelo Brasil? Vamos perder a emoção das nossas incertezas, conviver com a razão que cerceia palpites de toda a desordem e, a continuar assim, certinha, jogando deste jeito sem o Marcelo dá um só pontapé no argentino, o Neymar provocar o paraguaio e ser expulso, nossa seleção vai deixar de ser paixão. Seleção vai virar religião. Com todo o respeito.
Sérgio Porto, nosso Stanislaw Ponte Preta, dizia na balada dos anos 70, embalados pela cadência da Bossa Nova, da garota de Ipanema que passava toda linda, cheia de graça a caminho do mar, que o maior chato é aquele que você dá bom dia e ele para para lhe explicar. Bem se é assim, estou com saudades do chato e da Nara Leão, com raiva do batidão que acelera o passo, a programação, e, acreditem, com saudades do Dunga. Uma boa derrota dá assunto, não faz mal para ninguém e ainda nos classifica. Bom dia. E o tempo, hem! Que calor!
José Roberto Padilha é jornalista, ex-atleta do Fluminense, Flamengo, Santa Cruz e Americano, entre outros.
Iata,
CONGRATULATIONS! Gostei muito do blog.
Abraços
Ubc
Obrigado, Bira. Continue prestigiando.