SAUDADE DO MESTRE ZIZA

“Meu ídolo foi Zizinho, o maior jogador de todos os tempos”. Pelé nunca pensou duas vezes antes de apontar o craque de sua preferência, mesmo destacando outros grandes jogadores, como  Garrincha, por exempplo. Nascido em São Gonçalo do dia 14 de setembro de 1921 , Thomaz Soares da Silva virou lenda ao encerrar a carreira, jogando pelo São Paulo, em 1958, depois de conquistar o título paulista um ano antes, marcando 24 gols.

Consagrado em todo o mundo, começou a carreira na base do Byron, time de Niteroi, antes de se transferir para o Flamengo, em 1939, quando ganhou seu primeiro título carioca, aos 18 anos de idade. Três anos depois participou do primeiro tricampeonato da história do Flamengo, quando foi apontado como principal responsável pela conquista dos três campeonatos seguidos.

Em 1950, transfriu-se para o Bangu, depois de defender o Flamengo por 12 anos, atuando 329 vezes, marcando 146 gols. No ano da copa do mundo estava em plena forma e foi o destaque da seleção brasileira, derrotada na final pélo uruguai, na inauguração do Maracanã. Zizinho foi eleito o melhor jogador do mundial. Sua polêmica transferência foi feita antes do mundial, causando grande constrangimento entre os torcedores rubro-negros.

Foto: Iata

Mestre Ziza, como era conhecido,  marcou 120 gols em 6 anos que jogou pelo Bangu. É considerado por muitos o jogador mais completo depois de Pelé. No Flamengo  marcou 145 gols e 31 pela seleção brasileira. O “Atleta do Século” viu seu ídolo jogar pela primeira vez no Pacaembu, quando atuou pelo Santos contra o São Paulo, com apenas 17 anos de idade. Zizinho influenciou também a carreira de Gerson, o maestro da seleção brasileira tricampeão do mundo em 1970, no México.

Pela seleção brasileira, Zizinho atuou 54 vezes e marcou 31 gols, entre 1942 e 1953 e ganhou o campeonato sul-americano em 1949. Eleito melhor jogador da copa do mundo de 1950, foi selecionado entre os 11 melhores do torneio disputado no Brasil. Foi artilheiro do campeonato carioca de 1952, com 19 gols e eleito o quarto maior jogador brasileiro  e o quarto melhor jogador sul-americano pelo IFFHS (Federação Internacional de Historia e Estatística do Futebol). Zizinho morreu no dia 8 de fevereiro de 2002, em Niterói.

No dia em que completaria 89 anos,  a filha Katia Regina, e as netas Simone e Suzana levaram as bisnetas Milena e Maria Eduarda, que estava completando 6 anos, para conhecer as marcas dos pés do famoso bisavô, imortalizado na Calçada da Fama do Maracanã. A filha Katia estava presente, do dia 16 de junho de 1950, quando Zizinho participou da festa que homenageava 51 dos maiores jogadores do futebol brasileiro de todos os tempos.

Foto: Iata

– Foi uma festa muito linda, uma homenagem que marcou muito a vida do meu pai. Ele ficou super feliz com a lembrança do seu nome, o reencontro com Pelé e outros grandes jogadores do futebol brasileiro, como seus amigos da copa de 1950, Jair Rosa Pinto, Nilton Santos e Barbosa.

A neta Simone lembrou uma incrivel coincidencia na família, que se reuniu para comemorar a data.

– A Maria Eduarda estava programada para nascer em outubro, mas os médicos tiveram que mudar a data. Ela apresentou alguns sintomas, como aceleração nos batimentos cardíacos. Eles resolveram fazer o parto naquele mesmo dia. Exatamente 14 de setembro, mesmo dia do nascimento do bisavô. Essa visita estava programada há muito tempo. Agora elas estão sentadas na placa com o nome do meu avô. Foi mesmo uma feliz coincidência.

2 thoughts on “SAUDADE DO MESTRE ZIZA

  1. Iata,
    Tenho uma admiração muito grande pelo Mestre Ziza. Foi meu técnico no Vasco. Simples, educado, e conhecedor profundo do futebol. Deixa saudade em todos.

  2. Vi Zizinho jogar e considero-o tecnicamente superior ao Pelé. Pelé teve melhor rendimento, na carreira, porque era um atleta privilegiado.

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