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O Flamengo, com um amontoado de jogadores em campo, jogou em Campinas e arrancou um empate graças a seu único jogador lúcido durante os mais de 90 minutos de “jogo”, assim mesmo. Foi uma baita pelada, como há muito não se vê por essas bandas. Nem no aterro do Flamengo se pratica futebol tão medíocre. Daí a presença – não apresentem desculpas da chuva – pois a “invasão corintiana” foi sob um dos mais violentos temporais na cidade.
A dita grande imprensa está preocupada em promover a copa do mundo, copa das confederações e a olimpíada, com razão. Precisa vender espaços para sobreviver, pagar mal aos meninos que saem das faculdades. Isso é uma coisa. Faz parte dos negócios. Querer enfiar goela abaixo do torcedor produtos de segunda categoria é outra. Onde estão os grandes clubes brasileiros que fizeram dessa terra o “país do futebol”? Qual é a grande atração do brasileiro, depois de Neymar ?
Hoje, a bem da verdade, temos um time à altura de algumas grandes forças do futebol mundial, mesmo assim bem abaixo dos gigantes espanhóis Real Madrid e Barcelona, e outras forças do futebol europeu. Não precisa lembrar a chinelada sofrida pelo Santos na decisão do mundial de clubes. Aliás, uma grande lição que, ao que tudo indica, só despertou a atenção de Muricy Ramalho, que demonstrou interesse – e disse isso publicamente – em aprender as lições daquele jogo.
A presença dos quatro grandes do Rio na terceira rodada do campeonato brasileiro levou aos estádios pouco mais de 5 mil pagantes, em média. O que significa isso precisamos analisar, buscar respostas. O Flamengo sem Ronaldinho Gaucho, o Vasco enfrentou um time fraco, o árbitro era ruim, no jogo do Fluminense, choveu muito na primeira derrota do Botafogo, em casa ? O que houve, afinal ?
Pensem comigo. A Liga dos Campeões foi marcada pela chegada de uma rede de TV americana, a FOX, uma das mais poderosas do mundo, senão a maior de todas. Veio com tudo para brigar pela liderança no esporte. A Recorde vai transmitir a Olimpíada de Londres com exclusividade, a SKY negocia o campeonato espanhol com exclusividade há seis anos e tem nas mãos o melhor campeonato do mundo.
O bicho vai pegar agora na Eurocopa, o melhor campeonato de seleções do mundo, onde não há times medíocres para preencher vagas políticas, jogo habitual da Fifa, que faz acordos para disputar votos da Ásia, África, Concacaf , Oceania e Américas. São as 16 seleções mais fortes do continente, que disputam uma competição séria dirigida pela Liga de Europa. Lá desfilarão – com exceção de Messi, obviamente – os maiores jogadores do mundo.
A mídia local fica calada e faz o jogo dos medíocres. Tenta, com chavões ridículos, como “campeonato mais charmoso” para o que já foi chamado de “Caixão”, no passado o mais importante do país, hoje vivendo de migalhas distribuídas e pagas com antecedência pela televisão que tem os direitos de transmissão, sabe-se lá como.
Assim vivem os clubes cariocas, recebendo antecipado para ficar devendo favores mais adiante.