O tema é polêmico, como muitos outros que envolvem a vida particular de alguém. Os famosos sofrem mais, pagam o preço da fama, que é muito alto. Particularmente sou contra invadir a privacidade alheia. Não segui essa linha profissional e não me arrependo. Meus limites são os muros do Maracanã além dos que projetei. Quando muito uma informação de vestiário, do estacionamento ou da garagem. Dali prá fora não me interessa. É uma questão de opção. Fiz e faria tudo novamente seguindo esse conceito. Vida particular de jogador, dirigente, técnico, árbitro, o que for, não me interessa. O que estão fazendo com Ronaldo é sacanagem. Um massacre dirigido por quem tem espaço, microfone, câmera de TV mas não se garante. Falta talento, conhecimento, escrúpulo, para fazer uma análise limpa, correta, profissional desse jogador a quem devemos tanto. Ah, mas quando ele estava bem, fazendo gols, arrebentando, a impressa o pôs no topo, elogiou, consagrou como melhor jogador do mundo. Corretíssimo, concordo plenamente, até porque não poderia ser diferente. Ele soube honrar o futebol cinco vezes campeão do mundo como poucos. Deu shows por onde passou, encantou aqueles que apreciam o belo. Os casamentos, as puladas de muro, noitadas eram divulgadas, sim. Mas com outra cara. Havia respeito pela figura do jogador, o que ele representava, o que era, o Ronaldo Fenômeno. Não era o homem a quem respeitavam, mas à fama, o estrelato, a glória. Deveriam “bater” agora no jogador que, é notório, está fora de forma. Muito fora de forma. Não, estão massacrando o cidadão Ronaldo Nazário, sem o menor respeito. É uma canalhice absoluta o que estão fazendo com esse rapaz. Gente sem condição moral para criticar sequer um bandido se veste de moralista, defensor dos bons costumes, a Madre Teresa de Calcutá da midia. Como hoje basta ter posse para ser jornalista – o papai paga – fica fácil entrar na sua casa, e soltar as baboseiras que já esgotaram a paciência de qualquer “assinante” de bom senso. Gente que, se não fosse o “Google” não resistiria a cinco minutos de debate sobre futebol, se acha no direito de fazer gracinhas e chacotas, respaldados por um bando de desinformados que pertencem à mesma laia. O televisão esportiva no chamado “país do futebol”, vive o apogeu da mediocridade. Salvam-se uns poucos, evidentemente. O caso Ronaldo Fenômeno é típico desse modelo medíocre que vomita asnices nos seus ouvidos a cada transmissão. Essa gente, sim, merecia uma análise apurada que mostrasse que caminhos eles traçaram até ocupar lugares que não lhes pertencem, de fato e de direito. Ronaldo, ignora essa gente. Eles não respeitam ninguém e você não será o primeiro.