Ao tomar conhecimento do resultado da concorrência para a transmissão das copas do mundo de 2018 e 2022, a Rede Record manifestou sua surpresa com o anuncio do acerto da Fifa com a Rede Globo. A emissora garante que teve garantias de Nicolas Ericson, diretor de TV da Fifa, após o mundial de 2010, que haveria licitação para a transmissão dos torneios subseqüentes e garante ter provas de que esse acordo foi prometido pela Fifa.
Para a Record “a licitação seria publica, transparente e aberta, em regime semelhante ao que a Fifa realizado no mundo inteiro” e garante ter entregado à entidade dirigida por Josef Blatter um documento oficial mostrando sua concordância com as condições apresentadas.
Para garantir seus direitos e Rede Record vai procurar a Justiça em busca dos seus “direitos internacionais de negociação”, repudiando qualquer forma de “monopólio, protecionismo e corrupção”.
Comunicado integral da Rede Record
A Rede Record vem a público manifestar absoluta surpresa com a decisão da Fifa de prorrogar o acordo de direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018 e 2022 para o Brasil com uma outra emissora sem qualquer licitação.
A Record foi informada em 2010, logo após o término da Copa do Mundo, pelo diretor de TV da Fifa, Sr. Niclas Ericson, de que haveria uma concorrência pelos direitos de transmissão dos eventos promovidos pela Fifa em 2018 e 2022, conforme provam e-mails trocados entre executivos da Record e da Fifa.
No encontro realizado no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro, a direção de nossa empresa ouviu garantias de que a licitação seria pública, transparente e aberta em regime semelhante ao que a Fifa realiza em países do mundo inteiro. Na oportunidade, a Record também entregou à Fifa um documento oficial afirmando que concorda com todas as condições para a aquisição dos eventos.
O acordo com a concorrência foi anunciado sem que qualquer outra empresa de comunicação brasileira tenha sido consultada, A informação foi divulgada no mesmo espaço de notícias em que a Fifa anuncia a abertura de licitação dos direitos para centenas de países da Europa, como Alemanha, Itália e Portugal; da Ásia como China e Índia; da Oceania como Austrália, da África, além de Estados Unidos, Canadá, América Central e da própria América do Sul.
É estranho verificar que para o Brasil o método seja outro. Um contrato sem concorrência decidido “fora do horário comercial”, sem ser à luz do dia e de forma transparente.
Relevante, também, ressaltar que a empresa que teve seu acordo prorrogado com a FIFA gosta de se auto intitular como um dos maiores grupos de comunicação do mundo. Em contrapartida, mostra em seus métodos que não aceita concorrência livre em que a melhor proposta seja a vencedora.
A Record informa que pretende estudar as melhores medidas judiciais cabíveis na Suiça e no Brasil que garantam os direitos internacionais de negociação.
Acreditamos na justiça e nas entidades mundiais de defesa do livre comércio sediadas na Suiça. Organizações que, justamente, combatem práticas de monopólio, protecionismo e corrupção.
Central Record de Comunicação
São Paulo, 29 de fevereiro de 2012