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“MEU amigo – e muito bem informado – Iata Anderson, rubro-negro e irmão do juiz Siro Darlan
– muita gente não sabe – é expert em campeonatos europeus. Um apaixonado pela organização do futebol espanhol, do italiano, do inglês…
MAS, eu, opositor a determinado tipo de informações, quero explicações.
IATA acha que os campeonatos europeus são mais difíceis, com o que de imediato, não concordo.
COMO? BARCELONA e Real há décadas brigam pelo título. Os outros, menores financeiramente, por outras taças e classificações.
Ocorre em Portugal (Porto, Sporting e Benfica), na Itália (Milan, Inter e Juventus), na Inglaterra, com o Manchester United, o City, comprado pelo milionário árabe, e Chelsea, outro emergente com grana exterior. Só na Alemanha a coisa muda de figura, porque o regulamento financeiro é diferente e igual para todos. Por isso, às vezes, um pequeno se pronuncia.
NO BRASIL, doce e caro Iata, os vinte participantes podem chegar.
COMO fez África, o São Caetano, um dia o Guarani, o Atlético do Paraná, e lembrar que no ano passado, o líder Atlético Mineiro beirou o rebaixamento. JÁ VIU o Real, o Barça na briga para não cair?
E VOCÊ, admito, tão bem informado, quer saber: eles, grandes da Espanha, da Itália, de Portugal, e da Inglaterra, sendo pressionados a mudar o rumo dessa prosa financeira.
A BRINCADEIRA só é legal se for para todos”
Jorginho, como você, fui criado ouvindo determinadas coisas, que nunca aceitei. Algum tempo atrás resolvi combater esse tipo de informação, que induzia o ouvinte/leitor ao erro, como você, nesse caso. Briguei contra muitos conceitos e alguns foram mudados. Não me importa se tive participação ou não, basta saber que fiz a minha parte. Em alguns casos, tenho certeza, dei o primeiro passo. Ou quase isso.
“pênalti é loteria”, “o campo alagado prejudica o mais técnico”, “o campeonato brasileiro é o único no mundo onde o lanterna ganha do primeiro colocado”, para não me alongar, e outras baboseiras que preenchem os espaços dos jogos na televisão, uma verdadeira máquina de formar imbecis. Não há a menor preocupação com a qualidade das transmissões, principalmente dos comentaristas, uma lástima.
Só para o amigo ficar sabendo, o campeonato espanhol, iniciado em 1929, teve 9 (nove) campeões, com supremacia de Real Madrid (32 títulos) e Barcelona (21), Atlético de Madrid (9), Athletic Bilbao (8), Valencia (6), Real Sociedad (2), Sevilha, Betis e Deportivo La Coruña (1 cada). Lembrando que foram disputados 81 campeonatos (de 1937 a 1939 não houve disputa por causa da II Guerra Mundial). Nada demais. São as duas maiores potências da Espanha e do mundo. Fazem, por isso, a diferença.
O Campeonato Brasileiro, iniciado em 1971, teve 16 campeões, com destaque para Flamengo e São Paulo (6 títulos), Corinthians, Palmeiras e Vasco (4), Internacional (3), Grêmio e Santos (2). Atlético Mineiro, Guarani, Coritiba, Bahia, Atlético Paranaense, Botafogo e Cruzeiro (1 vez). Há um equilíbrio, nivelamento por baixo, há muitos anos. Faz tempo que no Brasil não é formado um grande time, a nível internacional. A última disputa do mundial de clube foi o que se viu. O Barcelona chutou cachorro morto.
Se alguma dúvida ainda houver, sugiro que façamos um exercício de probabilidades – talvez um bom computador possa dar os resultados – convidando Real Madrid e Barcelona para disputar o campeonato brasileiro por 5 anos. Garanto, sem nenhum medo de errar, que ganharão os cinco, se revezando. Ou, para confirmar, levemos dois times brasileiros para disputar a Liga BBVA. Vão disputar o terceiro lugar, ou mais abaixo. Convém lembrar que, há dois anos seguidos, os três melhores jogadores da Europa – em dois eventos – foram dos gigantes Real e Barça.
Para fechar, meu caro Jorge Nunes, se no Brasil qualquer um dos vinte participantes pode ser campeão, como explicar o Palmeiras, que já caiu uma vez, estar na zona do rebaixamento, e o Flamengo, seis vezes campeão, estar a quatro pontos da zona de queda ? O argumento que o último colocado ganha do primeiro é risível. Devo lembrar que o Barcelona foi derrotado – e lhe custou o título – pelo Levante no Campo Nou e o poderoso Real perdeu para o Getafe, duas rodadas atrás. Interessante, não ?
Amigo e parceiro de ataque nas peladas, vou fechar com o balanço publicado no site oficial do Real Madrid, para que você não repita o que gente mal informada insiste em divulgar. O clube fechou a temporada 2011/2012 com a entrada de 514 milhões de euros, no cambio de hoje R$ 1.284.434.000,00 , 7% superior à temporada passada em 24,2 milhões de euros.
Essa quantia é a maior de qualquer instituição desportiva no mundo e faz do clube merengue o primeiro a superar a barreira dos 500 milhões de euros em qualquer atividade na indústria do esporte. A contribuição dos sócios, tanto por cotas como por abonos (ingressos) para os jogos, representam 9,5 % do total arrecadado.
O lucro líquido subiu para 24,2 milhões de euros e a dívida líquida reduzida em 26,2 milhões de euros. O patrimônio líquido aumentou em 9,6% alcançando 275,2 milhões de euros. A dívida liquida baixou em 26,5, totalizando 124,7 milhões de euros, 45 milhões inferior à temporada passada. O patrimônio líquido aumentou em 9,6% alcançando 275,2 milhões de euros.
São números, meu caro, que não admitem discussão, publicados oficialmente pelo clube mais organizado e poderoso do planeta. Não é um conceito formado por mim, mas através de uma longa história de vitórias e títulos.
No mais, adoro discutir com você. Sem rancores, sem querer impor, cada um, sua opinião. Gosto de mostrar números, comparar. O leitor ou ouvinte, tira suas conclusões. Vale tudo, desde que haja respeito profissional e pessoal. E isso tem acontecido.