A regra é para todos, como a justiça. Se uma delas não é aplicada alguma coisa está errada. Se é aplicada e há uma gritaria como foi feito durante e após o jogo do Botafogo contra o Madureira, é preocupante. Se um jogador deixa de cumprir o que diz o livrinho do International Board deve ser punido, mesmo sendo Seedorf. Devemos lamentar por tratar-se de um atleta com uma carreira brilhante, sob todos os aspectos. Até mesmo disciplinar. Isso é uma coisa. Mas a regra é para Huguinho, Zezinho e Luizinho. E para os craques também.
O lance mais polêmico do jogo foi o “pênalti” não batido porque o árbitro recuou em sua decisão, acertadamente, e marcou o impedimento de Seedorf, que tirou proveito de uma posição de impedimento e ficou impedido de jogar, segundo a regra, pois tinha apenas um jogador à sua frente. O que deixa dúvida foi quanto à sua decisão que, visivelmente, demora a autorizar a cobrança, esperando alguma informação de fora. Quando a isso não tenho a menor dúvida. O que não deve ser posto em sua conta. Se há culpado é o auxiliar número dois que não assinalou a falta.
Outro fato marcante do jogo foi a expulsão de Seedorf. Depois de uma bola parada, o holandês foi avisado que seria substituído, quando estava a poucos metros da linha lateral, lado oposto das tribunas. O árbitro pediu-lhe, pondo a mão direita em sua região lombar, como querendo indicar para que ele saísse por aquele lado, três vezes. Seedorf recusou-se e foi advertido com cartão amarelo. O árbitro insistiu e o jogador virou as costas afrontando sua autoridade, acintosamente. Não havia outra ação de Philip Georg Bennett a não ser adverti-lo novamente, em seguida a expulsão.
Fosse um jogador do Madureira expulso eu não estaria agora falando sobre isso, mas destacando a boa vitória do Botafogo, contra um adversário muito bem montado, que vendeu caro os três pontos. Osvaldo mexeu bem quando pôs Cidinho em campo, se movimentando pelos lados, dando mais velocidade ao ataque. Infelizmente tem sido assim. O nível de informação está num estágio inaceitável. A mídia faz média com os times grandes, tem preconceito contra a arbitragem, diz o que o ouvinte quer ouvir. E vai daí para pior, infelizmente. Parcialidade que dói os ouvidos.
Chega a ser irritante o que profissionais andam fazendo nas transmissões. Verdadeiros torcedores, vergonhosamente parciais, travestidos de narradores, comentaristas e repórteres, com raríssimas exceções. Não faço a menor idéia até onde isso vai continuar, mas é preciso que alguma entidade se manifeste, promova reuniões, simpósios, palestras, o que for, a não ser que também estejam satisfeitos com o atual quadro. Virou bagunça ou está tudo bem. Vamos salvar nossos comerciais, garantir audiência, cada um por si. Eu estou fora.