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O dá-lhe Ô, O dá-lhe Ô!! O dá-lhe Ô, O dá-lhe Ô!!
De repente este grito se tornou mais forte por toda a cidade de Três Rios. Bares adotaram as cores rubro-negras, embaixadas foram inauguradas e vários ônibus partiram antes das 17h00 para o Maracanã em meio a uma enorme euforia. O filme que passava naquela quarta-feira tinha Flamengo antes, durante e depois. E eu me perguntava: de onde veio esta subida comoção? Do gramado para a sociedade impossível, porque o nível técnico por lá emanado despencou. Seu craque maior, Diego, saiu do Brasil quando a 8 lhe cabia e, tal como Nenê, recebeu a camisa 10 na volta para reger músicos à altura da sua batuta. E se não veio do gramado, de onde eclodiu esta paixão?
O dá-lhe Ô, O dá-lhe Ô!! O dá-lhe Ô, O dá-lhe Ô!!
O torcedor ganhou com a Internet uma poderosa ferramenta de confronto, não de interação social. Facebook e WhatsApp tem colocado fogo alto nos debates políticos e esportivos, e jogado banho maria sobre postagens ao amor e ao idealismo. Se enviam mensagens à mulher amada poucos compartilham, mas se sacaneiam um tricolor, debocham de um vascaíno, alcançam milhares de seguidores. Sendo assim, no lugar da camisa Lacoste, da calça jeans da Fórum e uma pitada no pescoço de Azarro, o traje da conquista foi substituído pela camisa do Flamengo sobre uma calça ou bermuda surrada. A namorada? Que espere o resultado depois.
O dá-lhe Ô, O dá-lhe Ô!! O dá-lhe Ô, O dá-lhe Ô!!
Sou saudoso. E não saudosista. Como tricolor carrego um enorme orgulho de ter defendido um ano esta nação. Mesmo assim, tenho o direito de sonhar que no CD do carro do meu filho vai tocar Tom Jobim. Que seja poupado da musica da Anita, não da presença da morena ao lado, mas que ouça um dia Chico Buarque de Holanda. E que numa quarta-feira à noite da libertadores da paixão, leve minha futura nora para jantar à luz de velas, e esquecer, nem que seja por uma partida, refletores midiáticos que transformaram Trauco em Junior, Rômulo em Adílio e Diego em Zico.
não entendi porque vc não responde aos nossos comentários…qual o motivo…somos seus admiradores…obrigado Luis Celso de Moura.
Obrigado, Luis Celso. Peço desculpas pelo “sumiço”, por absoluta falta de tempo e questões técnicas
no computador, que fui obrigado a trocar, todo o equipamento. Estamos de volta ao nosso espaço, onde
ninguém manda, nem eu, nem é dono da verdade. Grande abraço, volte sempre.