Mesmo depois de anunciar recentemente que iria adotar uma política de “tolerância zero”, o presidente da FIFA , Joseph Blatter, está tentando impedir a divulgação de um documento envolvendo dois dirigentes da entidade máxima do futebol, preocupado com a repercussão do caso às vésperas da eleição, dia 1º de junho, onde pretende permanecer no cargo por mais quatro anos. Uma reportagem do programa de televisão “Panorama”, da BBC, apurou que um dos dirigentes é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que teria sido forçado a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, no ano passado. O dinheiro teria vindo de uma empresa de marketing esportivo. Teixeira integra também o Comitê Executivo da FIFA.
O acordo encerrou uma investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da FIFA, na década de 1990, pela ISL (International Sports and Leisure), empresa de marketing esportivo que já atuou no Brasil. Os advogados da FIFA estão contestando a decisão de um promotor de Zug, na Suíça, que determinou a divulgação de detalhes do caso. A ISL, que faliu em 2001, comercializava os direitos de televisão e anúncios de publicidade da copa do mundo para anunciantes e patrocinadores. Em 2010 o “Panorama” acusou Ricardo Teixeira, Nicolas Leos, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, e o camaronês Issa Hayatou, todos integrantes do Comitê Executivo da FIFA, de receber propinas da ISL.
Segundo o “Panorama”, o total das propinas aos três dirigentes chega a US$ 100 milhões (R$ 163,2 milhões) e constava de uma lista secreta. No caso do presidente da CBF, seu nome estava relacionado a uma empresa ligada a ele. A lista de pagamentos inclui ainda uma empresa de fachada em Liechtenstein, chamada Sanud (Dunas, ao contrário, o grifo é meu), que recebeu US$ 9,5 milhões. Uma investigação do Senado brasileiro, em 2001, apontou Teixeira com relacionamento muito próximo com a empresa. O inquérito descobriu desvios secretos de fundos para ele por meio de uma de suas companhias.
Além de Ricardo Teixeira a investigação do “Panorama” cita o ex-presidente da FIFA João Havelange. Blatter tinha conhecimento, segundo o programa, de casos de propina pagas a colegas do Comitê Executivo da FIFA desde 1997, no mínimo, quando um suborno de R$ 1,63 milhão destinado a Havelange, então presidente da FIFA, foi enviado por engano para a entidade. A FIFA se recusou a comentar as alegações se limitando a reafirmar que, com relação ao acordo com a promotoria suíça, o caso estava encerrado. João Havelange e Ricardo Teixeira se recusaram a responder as perguntas feitas pela BBC.
Grande Iata,
não é de hoje que a “toda poderosa” do futebol sofre com denúncias e escândalos,desde os tempos do João Havelange,que transformou a FIFA em seu feudo, eles são uma constante em Zurique,senão vejamos.
A própria eleição de “Sua Majestade” Havelange, ao cargo máximo do futebol mundial foi marcada por denúncias de compra de votos e troca de favores,como levar a seleção brasileira para uma excursão pela África em 1973,em troca de votos de algumas federações,além de pagar todas as despesas dos delegados da Confederação Africana de Futebol,durante o congresso que o elegeu em 1974 na Alemanha.
Durante seu mandato,que durou “apenas” 24 anos “Sua Majestade” aprontou das suas, como no caso da Copa do Mundo de 1986, que seria realizada na Colômbia,e após a desistência daquele país alegando dificuldades financeiras,Havelange deu de ombros para Canadá e Estados Unidos,e a bordo do jatinho particular de seu “amigo do peito”Guillermo Cañedo proprietário da TELEVISA, e Vice-Presidente da FIFA,após uma vistoria muito da sem vergonha, “escolheram” o México para sediar o Mundial 86.
Havelange,além disso tudo descrito acima,ainda se envolveu e apadrinhou o que há de pior no mundo do futebol, como o sr Jack Warner que sitiou a CONCACAF por mais de 30 anos,construindo uma fortuna bilionária as custas da FIFA, da CONCACAF,e de outros.Como no caso da candidatura da África do Sul a copa do mundo de 2010,quando em troca de seu voto no comitê executivo, obrigou um já debilitado Nelson mandela a fazer uma viagem até Trinidad e Tobago, só para tirar fotos ao seu lado, e fazer marketing para aquela “grande potência futebolística”.
Além dos escândalos de vendas de ingressos,de votos,ou seja, é esse tipo de gente que comanda,e pelo andar da carruagem irá comandar a entidade que rege o esporte mais popular do mundo por muito tempo ainda.
Leonardo Nogueira