PERGUNTAS QUE A MÍDIA NÃO FEZ. POR QUÊ ?

foto: site Riofut.net

Se Seedorf não seria mais substituído, por que insistiu em sair de campo, por onde ele, confrontando o árbitro, decidiu que o faria ? Se Seedorf foi expulso e é tão exemplar como está sendo fartamente anunciado, o que concordo, por que continuou em campo, quando deve saber que jogador excluído do jogo não pode permanecer ali ? Não só ficou como deu entrevistas, vestiu-se de cordeiro e a mídia transformou o jovem árbitro Philip em lobo mau, quando ele fez uma boa arbitragem. É assim que as coisas funcionam. 

Muita gente deve estar vibrando com os episódios ocorridos no jogo de domingo, quando fatos inusitados, é verdade, aconteceram em campo. Em qualquer lugar do mundo passaria batido pois há um interesse maior que é informar aos leitores e ouvintes sobre o evento. Não por aqui. Há um grupo interessado em manter as coisas como estavam, com resultados arranjados com árbitros e auxiliares, como foi   denunciado até por gente do quadro de árbitros. Basta recorrer aos fatos, acessar as denuncias de Claudio Vinicius Cerdeira e outros. Eram jogos com cartas marcadas. O que não acontece hoje.

A história, o passado e o presente de Seedorf, de quem sou admirador, basta ver matérias anteriores, não lhe dá o direito de se sobrepor à autoridade do árbitro. Deveria sim, como craque consagrado e experiente, dar exemplo aos mais novos, como tem feito técnica e taticamente, nos treinos e jogos. Foi, já escrevi sobre isso, a mais importante contratação de um estrangeiro por um time brasileiro. Lamentavelmente tem sido usado por “comentaristas” como salvo-conduto para a arrogância – acredito que tenha sido um gesto isolado – demonstrada pelo holandês no lance da expulsão.

“Você está de palhaçada, saio por onde quiser, vou sair por ali”, disse Seedorf ao árbitro Philip Georg Bennett. É o que está na súmula. O que você, caro leitor, faria se estivesse apitando o jogo, diante da recusa em sair pelo lado mais perto para agilizar o jogo e lhe chamar de palhaço ? Eu mandaria tranquilamente para o chuveiro e não o deixaria ficar em campo, nisso o quarto árbitro vacilou. Mas o jovem e bom árbitro ficará marcado para o resto da vida por esse jogo. Porque foi com Seedorf. Se fosse um jogador do Madureira você não leria uma linha hoje, não ouviria um comentário.

Fico imaginando o que vem por aí com esse comportamento  pernicioso por grande parte da mídia. O que teria acontecido com o árbitro se o Botafogo tivesse perdido o jogo ? Temos que analisar os fatos como eles acontecem, não como gostaríamos que acontecesse. Está na hora da mídia esportiva se qualificar melhor para informar com isenção, sem se preocupar em agradar ao torcedor ou, quem sabe, aos patrocinadores. A informação não pode ter comprometimento de nenhuma forma. Tampouco ser parcial e tendenciosa.

É inequívoca a má qualidade de formadores de opinião. Isso é perigoso e gravíssimo. Não há como mudar, já que vivemos muitas décadas sob monopólio da informação sem nenhum tipo de manifestação, a não ser – bons tempos – através do velho e contestador “Pasquim”, de gratíssima lembrança. Os tempos são outros. Qualquer um escreve, comenta, tem espaço, desde que tenha bom Q.I., o famoso Quem Indica. Chegaram a contestar a letra do árbitro, mas não sabem que a súmula pode ser escrita por outra pessoa capacitada legalmente. Até isso tentaram usar. Que coisa feia.

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