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O que tem a ver a vida e obra de Oscar Wilde com Pelé ? Nada. O texto sim, fez-me lembrar o genial escritor, quando, após sucessivas noitadas regadas a vinho desafiava a imprensa e escritores medíocres que apostavam no seu insucesso, mesmo após suas crônicas, e peças teatrais como “Salomé”, terem ultrapassado as fronteiras do Reino Unido para fazer sucesso na França e nos Estados Unidos, inicialmente. Foi uma longa batalha, uma história incrível de perseverança e obstinação acompanhados de uma grande dose de talento. Hoje reconhecido em todo o mundo.
Wilde morreu no dia 30 de novembro de 1900. Em janeiro de 2012 lembrei-me do grande escritor, que tinha aversão a maus jornalistas, mais que a determinados editores. Os primeiros eram incompetentes, dizia, os outros preconceituosos, ardilosos, covardes. Detestava a ambos, com inteira razão porque sofria na pele uma perseguição brutal, violenta. Não poupavam sequer seu talento. Esquivava-se daquela classe de profissionais e evitava ler qualquer crônica a seu respeito. Mas era inevitável que chegassem a ele artigos falando de suas obras e, principalmente de sua vida.
Mal comparando, Pelé vive problemas semelhantes, mesmo quando está quieto no seu canto, levando sua vida de empresário, curtindo o seu status de “Rei do futebol”. Primeiro e único. Mas a maldita imprensa, ô gentinha mala, sempre encontra o que falar, discutir. Há sim, um preconceito velado ao brasileiro mais famoso de todos. Pior que isso, tenta encontrar, desde 1957, quando o mundo se espantou com seu futebol, alguém que possa ser comparado a ele. Até quando vão insistir com isso. Deixem de ser imbecis, parem de passar recibo de incompetente. Vendam as porcarias de seus jornais com alguma coisa que contribua para melhorar o mundo. Salvem os macacos ou coisa assim.
Vocês não se tocam que ninguém agüenta mais essa baboseira, sempre que falta assunto no futebol ? Resposta mais sensata, original e definitiva que deu Pelé, impossível. Foi um recado para vocês, que insistem em fazer comparações. “Ganhem três copas do mundo e façam 1283 gols e vamos começar a conversar”. Não foi para o Messi, craque indiscutível, incomparável nos dias atuais, que Pelé respondeu, mas para essa gente que não tem competência para escrever, criar uma matéria e tenta influenciar a opinião pública. Ora, vão procurar o que fazer.
Pelé foi, mais uma vez, simples em se tratando de se auto-analisar. Não basta ganhar três copas e fazer 1283 gols. Tem que ser campeão do mundo de seleções aos 17 anos, bicampeão aos 21, e bicampeão mundial de clubes aos 23 anos. Com o tri de 1970, cinco títulos mundiais. Precisa ainda ser “Atleta do Século”, fazer 58 gols num campeonato, com 17 anos, oito gols numa partida, parar o mundo para fazer o único gol mil da história, parar uma guerra, provocar a expulsão de um árbitro, pegar a Xuxa. Fico por aqui, com a certeza que virão novos “pelés” e as comparações. Se não, de que essa gente vai viver ?
Créditos:
Foto Pelé – site: ebafutebol.com.br
Foto Messi – site: footballwallpapers.com
Foto Oscar Wilde – site: poesiasdeflaviocuervo.blogspot.com
Montagem – Marcelo Santos