Ultrapassado
Não está em pauta o sucesso ou não deste mundial, mas o que queremos para os nossos filhos e netos. A festa acabou. Foi boa enquanto durou, mas tudo tem um limite. É hora de por fim a tantos entraves que impedem nosso avanço rumo ao futuro. É hora de escolher o que queremos e brigar por isso. Vamos cobrar nossos direitos, a tudo. A verdadeira copa do mundo está marcada para outubro.
Aí, sim, será a hora de dizer que “sou brasileiro com muito orgulho”. É legítima a festa feita durante a copa do mundo, sob todos os aspectos. Há coisas positivas a ser comemorada, sim.Há cobranças a se fazer, e não são poucas. Vamos ficar atentos ás prestações de contas desse monumental carnaval futebolístico. A promessa de que não haveria uso do dinheiro público não foi cumprida, então precisa haver prestação de contas. É a nossa vez de começar a cobrar por aí. É a hora de exigir transparência, saber de que forma nosso dinheiro foi usado.
Fizemos a nossa parte, enquanto cidadãos, recebendo nossos visitantes com carinho e alegria, característica de nossa gente. Transtornos há, como em todas as copas, e estive em algumas delas, posso atestar isso. Mas o resultado foi positivo. Isso nos dá a certeza que precisamos e vamos mudar. O gigante não está adormecido, mas deu um tempo em respeito aos “deuses do futebol” e ao monarca desse esporte, lamentavelmente esquecido, numa brutal, violenta e imperdoável falha de nossos governantes, que deveriam ter imposto á Fifa um lugar de honra para Pelé. Um trono, talvez. É hora de levantar e voltar ás ruas. Cobrar tudo que temos direito, o que estiver errado.
O cidadão não suporta mais a carga que lhe puseram nos ombros. Está carcomido, minado, arrasado. Suas forças estão se esgotando. Não bastam as preces e promessas. Há muito tempo até outubro para que se façam cobranças ou as exponham publicamente, embora todos saibam quais são. Se por 20 centavos o coro das ruas fez o gigante despertar de um sono de 500 anos, temos 40 bilhões de motivos para exigir mudanças imediatas e intransferíveis.
Este sim, será o grande legado da copa do mundo. Futebol é lazer, entretenimento, diversão, nossos visitantes mostraram isso claramente. Queremos uma PÁTRIA, sim, não de jogadores, o que só será possível se cada um fizer a sua parte, nas URNAS.