17 de junho de 2013. Pela primeira vez na minha vida senti orgulho do meu povo. Eu que imaginava essa gente pensando somente em futebol, praia e samba, chorei ao ver essa brava gente brasileira ocupar as ruas das principais cidades do país para dizer, silenciosa, ordeira e pacificamente um sonoro BASTA !
Não foram 20 centavos de aumento que mobilizaram o país, mas um grito que estava engasgado em cada um de nós. Tudo isso acontecendo durante um torneio internacional de futebol, a maior paixão popular dessa gente. O povo disse que está se lixando para a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada. Quer mudanças, já.
Eu vou, eles irão, com certeza, ver os jogos. Mas isso não é tudo. O povo quer mais. Não suporta continuar em silencio. Na matéria “Um encontro com Maiakóvisli”, citei um trecho do poeta brasileiro Eduardo Alves Costa que dizia “COMO NÃO GRITAMOS ELES CORTARAM NOSSAS GARGANTAS. Eles não irão cortar nossas gargantas. O povo vai gritar para que o mundo inteiro ouça: BASTA !
Eles não dirão mais que o nosso povo merecia um chute no traseiro. Quem é Blatter para exigir fair-play no nosso povo, em nossa casa, logo ele, que dirige uma casa sob suspeita. Talvez tenha ajudado no processo, é possível. O Congresso brasileiro foi ocupado silenciosa, ordeira e pacificamente. Claro que não se pode controlar bandidos infiltrados, como os que depredaram a Prefeitura de São Paulo, puseram fogo num carro no centro do Rio.
Bandidos infiltrados incendiaram um carro de transmissão da TV Recorde que fazia o seu papel jornalístico com absoluta correção, mostrando ao mundo, ao vivo, o que estava acontecendo. São marginais, tenho certeza isso, infiltrados, com máscaras contra gases, uma meia dúzia que não representava a vontade popular.
O povo foi às ruas. Agora podemos reivindicar, sabemos o caminho, como fazer. Sem confronto com a policia, onde a maioria gostaria de estar do outro lado. São aliados, sofrem e querem o que a população está exigindo nesse momento. Um pouco de respeito, dignidade e atenção.
Estamos vivendo um momento histórico. Ninguém vai chegar aqui exigindo absurdos, como fez a Fifa e nossos cartolas silenciaram. As coisas mudaram. Que se cuidem aqueles que pensam que a corrupção vai continuar, a impunidade será mantida. Engana-se quem pensa que o povo foi às ruas para reclamar do aumento dos ônibus. É muita ingenuidade acreditar nisso.
Sem ufanismo, nacionalismo idiota, fui sinalizado que nem tudo está perdido. O povo mostrou que não aceita mais tanta roubalheira. Essa mobilização reivindica mais que 20 centavos, significa que as coisas mudaram. O brasileiro vestiu-se de dignidade e sentiu que ainda podia se indignar. Levantou bandeiras, se uniu e foi às ruas. Quem achar que esse País não tem mais jeito é bom comprar uma passagem e voar para bem longe.
O GIGANTE ACORDOU
Bravo Iata!!!
A imprensa precisa de jornalistas como vc.
O que a gente vê hoje em dia na crônica esportiva, em especial a do Rio, é de chorar. Uma alienação, um tal de “gente, esquece isso, vamo torcer pra seleça, isso que importa”, é deprimente, revoltante.
Tenho a impressão que alguns de seus colegas (desculpe se te ofendo) ainda vivem nos século XVII, quando os escravos apanhavam no pelourinho e ainda tinham q achar bonito!!
Bravo IAta.
saudações!!
Leonardo.