Mais que uma classificação dramática que persegue nossos vizinhos do Prata, a vitória da Argentina trouxe um alivio para quem gosta e curte futebol, sem bandeira ou nacionalismo barato . Nem o gol de Rojo a menos de cinco minutos do apito final ou a melancólica figura de Maradona, fora do seu modo original, poderiam apagar a imagem do primeiro gol do jogo, marcado por Messi. Uma aula de fundamentos e técnicas só encontrados ao mesmo tempo nos gênios. Fosse no segundo tempo, talvez o grande craque não tivesse concretizado um lançamento – o mais bonito até então nesse mundial – feito sob medida por Banega, sobre a linha que divide o campo, com “fita métrica” , uma das joias que brotaram até então nos gramados da Rússia. Vejam quantas vezes quiserem, curtam até os últimos dias de suas vidas, guardem o vídeo num cofre para mostrar a seus filhos e netos. O domínio de bola na coxa, em velocidade, o posicionamento do corpo, o leve toque com o pé esquerda, suficiente para afastar Omeruo (ou quem ali estivesse) de sua marcação foram requintes de um Leonardo da Vinci. Afastado o perigo do choque, o fenômeno argentino não teve mais problema, mesmo com a bola preparada para o pé direito, o menos favorecido. O resto a gente está cansado de ver. Bola no canto oposto ao goleiro, como mandam os “almanaques” e estava consolidada mais uma obra de arte de Lionel Messi. Pena que a temporada é muito dura para quem tem que matar um leão todos os dias. O cansaço tirou nosso herói de sua melhor forma e”pouco” produziu. Sim, o cansaço derrubou Messi no segundo tempo, como todos que estavam em campo. Para o meu gosto, o melhor momento da copa até aqui. Obrigado Messi.