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Eu era moleque quando cheguei à rádio Globo, ainda na rua Irineu Marinho, para fazer parte de uma equipe fabulosa, talvez a mais importante da história do rádio esportivo brasileiro, em todos os tempos. Fui contratado como plantonista, cargo que ocupei por intermináveis dois anos, até ser escalado para informar jogos de juvenis. Liderados por Waldir Amaral, lá estavam João Saldanha, Rui Porto e Luiz Mendes, entre outras feras. Por sinal, todos gaúchos.
De cada um aprendi algumas lições importantes. Com Luiz Mendes convivi mais tempo e trago comigo a mais pura das impressões sobre ética, principalmente, nos dias de hoje quase em extinção, uma de suas mais importantes qualidades. É hora de lamentar uma perda tão grande. Mendes, ou “Che”, se preferirem, era unanimidade entre seus colegas de rádio, jornal e televisão.
Seu amor pelo Botafogo só podia ser comparado ao que sentia pelo Rio Grande do Sul, em especial Palmeira das Missões, onde nasceu. Talvez tenha sido o único gaucho que torcia pelo Grêmio e pelo Internacional. Mendes era, acima de tudo, seu estado, independente do azul ou do vermelho. A história desse importante personagem da imprensa brasileira é conhecida. Exímio contador de estórias, entra para a história por seus feitos, sua postura, sua inteligência, mas acima de tudo pela memória privilegiada, que o acompanhou até seus últimos dias.
Descanse em paz, Che, com nossa eterna gratidão por desfrutar de sua amizade. Por tudo que você nos ensinou.
Todos do jornalismo sentimos essa perda.
Muita saudade do comentarista da Palavra Fácil e homem de enorme generosidade e retidão. Grande personalidade brasileira de todos os tempos.