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Certa vez nossos políticos queriam ofertar uma aposentadoria especial para os jogadores tricampeões mundial de futebol. Chegaram até a ir ao Senado e foram recebidos pela presidência da república. Vendo Djalma Santos, Brito, Marco Antonio e Gérson de terno, cidadãos humildes que o esporte possibilitou dar a volta por cima, pensei no quanto era justo aquele reconhecimento. Mas e ao Robson Caetano, Joaquim Cruz, Ademar Ferreira da Silva e João do Pulo que subiram ao pódium pelas escadas da indiferença? Não seria justo também destinar uma aposentadoria especial aos nossos judocas, ao Robert Scheid, Torben Grael e Marcelo Ferreira que vivem a nos enviar brisas de esperanças com a nossa bandeira tremulando bonito nas suas vitoriosas embarcações?
Em minha cidade, sei de cor os que se dirigem às piscinas. No Brasil, o Pinheiros, o Fluminense, o Minas Tenis Clube, entre poucos, ainda lutam para manter a modalidade viva. Então me expliquem porque diante da luta destes heróis olímpicos, que dão braçadas na contramão dos patrocínios e da vocação esportiva do país, lhes são negados, por 9 centésimos de desrespeito, a oportunidade de receber em casa o nosso carinho ? Hoje, em o Globo, o famoso treinador Alberto Silva, que nunca ganhou nada, ao anunciar a delegação recorde de natação que irá representar o Brasil (30 atletas) negou a um ídolo nacional um lugar na reserva. Preferiu Alan Vitória, de 20 anos, e Gabriel Santos, de 19 anos, que ainda teriam muitas olimpíadas pela frente.
Talvez esta tremenda injustiça tenha passado por muitos despercebida, porque injustiça é que não anda faltando naquelas páginas. Com um traidor presidindo o país, no lugar da titular com quem deveria morrer abraçado ou afundar junto, um vice atolado em corrupção, de repente ela já se incorporou aos valores que aturamos. Não aos que repudiamos. Já fomos às ruas por tantos motivos, mas neste momento CESAR CIELO JÁ seria uma campanha pelo retorno da indignação. Do respeito. Do culto aos heróis. Não dá para conviver com mais esta injustiça.