Neymar é melhor que Pelé

Pronto, finalmente acabou a discussão. O Sr. Wágner Ribeiro, que recebe por administrar a vida profissional do jogador santista, teve a cara de pau – respaldado pela impunidade, sim, ele deveria ser punido por isso – de declarar que se jogasse hoje Pelé não seria melhor que Neymar, seu patrão. Ora, Sr. Wágner, não precisava ser tão submisso, subserviente, inoportuno e chato, para ficar por aqui. O Senhor, que vive do futebol, pelo menos até onde sei, deveria ser coerente com a sua profissão, parar de falar asnices. Não vou falar dos feitos de Pelé por absoluta falta de espaço, mas o senhor deveria conhecer.

Pelé foi um dos primeiros a se manifestar com relação ao grande talento do seu patrão, declarando publicamente sua admiração pelo magnífico futebol que Neymar tem apresentado desde que surgiu. As críticas não são exclusividade do rei do futebol. Todo mundo sabe as deficiências, poucas por sinal, nenhuma delas relativa ao seu enorme talento, que Neymar apresenta. A imprensa tem sido unânime em mostrar que o craque santista precisa modificar seu jeito de jogar.

Neymar não precisa de conselhos, não é mais aquele menino que vimos surgir com grande esperança de mudar a cara do futebol brasileiro, que levou a seleção cinco vezes campeã do mundo ao 18º lugar no ranking oficial da Fifa. Pelé tem toda razão quando diz que Neymar precisa amadurecer, pensar mais na carreira, diminuir as aparições fora de sua atividade principal, jogar futebol. Basta comparar com Messi, que dificilmente é visto fora dos gramados, onde reina absoluto, em qualquer tipo de atividade, a não ser recebendo troféus, rotina em sua vida.

O empresário – de futebol – perdeu uma grande oportunidade de ficar calado, mas pelos menos nos deu a certeza que, de futebol ele não entende rigorosamente nada. O fato de ser bem sucedido, até onde sei, em sua profissão, não lhe dá o direito de falar o que quer, sem conhecimento do assunto. Talvez seja o único sujeito do mundo a imaginar – e declarar, o que é mais grave – que Pelé não jogaria hoje porque os “zagueiros voam”. Onde o senhor empresário anda vendo futebol ? Só se for em vídeo-games.

Seria melhor, Sr. Ribeiro, questionar a performance de Neymar enfrentando Bobby Moore, Beckenbauer, Luiz Pereira, Brito, Sebastião Leônidas, Fontana, Roberto Dias, Mauro, Bellini, Perfumo, Djalma Dias, Figueroa, Edinho, Ricardo Gomes, somente alguns entre os que – com certeza – o senhor não viu, mas deveria conhecer por força de sua atividade. Eram todos “lentos e sem condição física” ? Neymar seria o mesmo, não sei, mesmo sendo grande admirador do seu futebol, que considero um dos três melhores do mundo ? Se jogasse hoje, senhor empresário, Pelé faria, por baixo, mais de 2000 gols. Pense nisso.

O texto que segue foi extraído de uma matéria que publiquei neste blog, com depoimento exclusivo de Pelé, dia 6 de outubro de 2012, que estava viajando e respondeu por e-mail. Fica bem claro que o rei do futebol contraria a vontade do Sr. Wágner Ribeiro, bem como de qualquer empresário, e prefere a permanência do craque santista em nosso país.

Pelé participou da pesquisa sobre a tão discutida saída de Neymar para o futebol europeu, que cresceu após a expulsão do atacante santista contra o Grêmio. Num lance confuso Neymar pisou na barriga do lateral Pará, provocando sua saída de campo de forma direta – cartão vermelho – não pelo acúmulo, já que havia sido advertido antes com cartão amarelo.

De Nova Iorque, onde está cumprindo agenda profissional, o rei do futebol respondeu por e-mail ao nosso blog.

– No ano passado me manifestei contra a saída do Neymar que tinha proposta, segundo o seu agente, para jogar na Inglaterra. Na minha opinião ele não estava preparado para um futebol de contato físico como o da Inglaterra. Nesse ponto não concordei com o Muricy. O estilo do Neymar seria para jogar na Holanda, Espanha, França e Portugal quem tem um futebol mais técnico. Como santista, prefiro que ele fique eternamente no SFC.