Muito se comenta sobre a evolução tática do futebol alemão, depois da entrevista de Paul Breitner no programa “Bola da Vez”, na ESPN. Lembro que na última copa do mundo, em 2010 na África do Sul, os alemães tinham a seleção mais jovem da competição, com média de 24 anos. O terceiro lugar não é novidade porque eles estão sempre chegando. Foi só um sinal de que alguma coisa estava sendo feita. Renovação é o seu nome. Aí está o resultado de trabalho a longo prazo, que nunca foi feito no futebol brasileiro.
Lá estavam, treinados por Joaquim Löw, Lahm, Neuer, Khedira, Özil, Podolski, Scheinsteiger, Klose, Mertesacker, Kroos, Boateng, Müller e outros. Uma bela mesclada. Um sinal de mudança. Difícil imaginar que um trabalho organizado, planejado, como vem sendo feito no Bayern e no Borussia, que lideram as estatísticas, possa não dar frutos. Bom lembrar que o time de Munique tem como presidente Karl-Heinz Rummenigge, um dos maiores jogadores da Alemanha em muitas décadas. Não por acaso, mas um cara do meio, que se preparou para a função.
A lista de grandes dirigentes bem-sucedidos é longa e inclui um brasileiro que também jogou bola, conhece os caminhos, é competente, o ex-lateral Leonardo, formado nas divisões de base do Flamengo. Chegou à seleção principal depois de passar por todas as categorias anteriores. Em 1989, na Arábia Saudita, aos 18 anos, era o capitão do time, um dos destaques e tradutor do grupo, com um inglês fluente. Não foi aproveitado por aqui, nem como treinador. Seguiu carreira solo e hoje é um dos mais conceituados dirigentes do futebol europeu. Michel Platini é presidente da Uefa, muito cotado para a Fifa, o que seria excelente para o futebol.
A Espanha é outro modelo de sucesso, iniciado com a mudança de filosofia, destacada por Breitner, também dirigente do Bayern. O sucesso começa com a formação de dois grandes centros de treinamento em Madrid e Barcelona. A Ciudad de Madrid, em Valdebebas, bairro afastado do centro da capital espanhola, tem 1.200 mil m2 e atende a 14 equipes de futebol, desde os 8 anos de idade, a chamada “fábrica”. Em Barcelona não é diferente, tudo funciona e a filosofia de trabalho é a mesma dos meninos que se iniciam aos consagrados craques do time principal.
Os resultados foram conquistados a médio prazo e deu aos espanhóis duas copas da Europa (2008 e 2012) e o inédito mundial de seleções, em 2010, na África do Sul. A importação de jogadores diminuiu, a exportação aumentou e hoje pode-se ver jogadores espanhóis espalhados mundo afora. Na temporada 2012/2013, 193 jogadores saíram da Espanha para grandes clubes do continente. Ao contrário do futebol brasileiro, que não apresentou até agora nenhum resultado prático no sentido de formação e mudanças, superestimamos o Santos por ter conseguido manter Neymar por aqui. Mais nada.
Centro de Treinamento não ganha jogo. Cansei de ouvir e ler isso. Quem atirou essas pedras que se apresente. CT + Organização + Planejamento = Sucesso, em qualquer lugar do planeta. Menos no Brasil. A tendência é que os estaduais sejam modificados – para pior – até acabar. E a seleção ? Bem, a seleção está sendo “montada”, mais uma vez. Será que Felipão se garante até a copa, faltando tão pouco tempo, é a questão da vez. Não sei, aliás ninguém sabe, nem o presidente Martin, da CBF. Aliás, nem ele sabe se fica. Vamos disputar uma copa – caríssima – esperando mais um milagre. Só que os santos, Nilton, Pelé e Garrincha não jogam mais.
Iata,
vc conhece no mundo um campeonato tão ruim e grotesco quanto o Campeonato carioca??? E olha que é mata-mata e não dura uma procissão (tá mais para funeral….)…..
Sem público, sem estádio, sem qualidade, sem nada??
Não seria interessante uma ação na justiça ou uma luta por uma medida provisória proibindo campeonato tão repelente.