Pela primeira vez a Fifa concedeu o premio de melhor do ano a um treinador de futebol. O escolhido foi José Mario do Santos Mourinho Felix, portugués de Setúbal, onde nasceu no dia 26 de janeiro de 1963.
Formado pela Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa, com especialização em Metodologia Esportiva e condecorado recentemente como Doutor Honoris Causa , Mourinho impressiona pelo currículo e a facilidade de conquistar respeito, com quem trabalha, e inimigos, entre seus adversarios. Tido como “marrento”, conquistou a torcida do Real Madrid, onde divide a condição de principal estrela com Cristiano Ronaldo, Casillas e Kaká, que está retornando ao time depois de operar o joelho esquerdo.
Mesmo concorrendo com Vicente del Bosque, técnico que conduziu a Espanha ao primeiro título mundial, em 2010, na África do Sul, com um futebol de qualidade indiscutível, e Josep Guardiola, treinador também vitorioso e responsável pelo maravilhoso time do Barcelona, melhor do mundo atualmente. José Mourinho chegou ao ápíce dirigindo o Inter de Milão, onde conquistou o Campeonato italiano, a Copa da Itália e a Liga dos Campeões.
Os melhores do ano foram conhecidos através dos votos de 154 correspondentes da revista “France Football”, de 208 treinadores e capitães das equipes filiadas à FIFA. Mourinho superou o favoritismo de Vicente del Bosque, com 35,92% dos votos, contra 33,08% do espanhol, cabendo o terceiro lugar a Guardiola, que obteve 8,45% dos votos.
Entre alguns treinadores de destaque, Mourinho foi escolhido por Mano Menezes, da seleção brasileira, que votou em Vicente del Bosque para segundo e Sir Alex Ferguson para terceiro. O novo treinador de Portugal, Paulo Bento, também escolheu Mourinho para a Bola de Ouro, com Vicente del Bosque em segundo e Pep Guardiola em terceiro. Vicente del Bosque surpreendeu votando em Löw Joachim, da Alemanha, Bert van Marwijk, da Holanda, e Oscar Tabárez, do Uruguai.
Mourinho é um ganhador nato. Com apenas dois anos na profissão, depois de dirigir o modesto União de Leiria, deixando o time na sétima colocação do campeonato, foi transferido para o Porto e impressionou o mundo do futebol a ganhar o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal e a Copa da Eufa. No ano seguinte foi bicampeão nacional e conquistou a Liga dos Campeões, a competição de clubes mais importante do planeta.
Em junho de 2004 foi contratado pelo Chelsea, com salário de cinco milhões de libras (R$ 13,5 milhões) por ano. Foi campeão Nacional e a Copa da Liga, em 2005. No ano seguinte foi bicampeão nacional, mas não conseguiu ganhar o segundo título na Liga dos Campeões.
Em 2008 foi contratado pelo Inter, de Milão e na primeira temporada venceu o Campeonato Nacional. Em 2010 ganhou todas as competições que disputou, chegando ao ápice da carreira. Foi campeão nacional, ganhou a Copa da Itália e a Liga dos Campeões. Pela segunda vez conquistaría três competições na mesma temporada.
Mourinho tem status de estrela no Real Madrid, que tem dado todas as condições de trabalho ao técnico portugués. Na verdade, o retorno foi imediato. O que se viu foi um time completamente diferente daquele dirigido pelo chileno Manuel Pellegrini, na temporada 2009-10. Embora os resultados em campo não tenham sido decepcionantes, pelo contrario, o time merengue perdeu fora e em casa para o Barcelona, o que lhe custou a perda do campeonato, a Liga das Estrelas.
Para piorar a situação, Raul, capitão do time há 10 anos, recordista de títulos e gols, e Gutti, foram afastados e amargaram a reserva na segunda metade da temporada. Os desfalques de Robben e Sneijder, que brilharam na copa da África do Sul, complicaram ainda mais a vida do treinador, que não conseguiu definir um padrão de jogo ao gigante branco de Madrid.
A desclassificação prematura na Liga dos Campeões, eliminado nas oitavas de final, foi a gota d’água. Pellegrini não resistiu, mesmo tendo feito um bom trabalho. Mas, lá como cá, os títulos fazem a diferença. Mais uma vez o presidente Florentino Perez apostou no melhor e contratou Mourinho, com o melhor salário do futebol mundial. E acertou mais uma vez. Levou para o Bernabéu o melhor técnico do planeta.