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Kaká volta à seleção poucas horas depois de marcar três gols na vitória do Real Madrid sobre o Milionários, de Bogotá, por 8 x 0, na disputa do troféu Santiago Bernabéu, tradicional festa em que o campeão espanhol apresenta seus novos contratados, o que não aconteceu desta vez. Essien e Modric, únicas contratações para a temporada, que entraram no segundo tempo, haviam estreado.
A situação do meia brasileiro não é confortável, apesar de ser querido pelo grupo, mas não estava – pelo menos até antes do jogo – nos planos do técnico José Mourinho. Kaká foi contratado por 65 milhões de euros para a temporada 2010-2011 e foi apresentado no estádio Santiago Bernabéu com público inferior apenas ao que foi receber Cristiano Ronaldo, a maior contratação da história do clube branco. Mais de 80 mil merengues foram recepcionar o atacante português.
Kaká marcou seu primeiro gol aos aos 13’ do primeiro tempo, completando uma jogada de Higuaín, pela esquerda, abrindo a goleada. Aos 37’ fez o quinto gol, fechando o placar do primeiro tempo. Aos 15’ do segundo tempo fez 6 x 0, cobrando pênalti e um minuto depois deixou o campo aplaudido, substituído pelo canterano Mosquera, um dos dez jogadores formados na base que foram utilizados.
Ao entrar no banco de reservas (que é coberto e tem duas fileiras de cadeiras) Kaká cumprimentou Aitor Karanka, auxiliar técnico, primeiro na fila, passou por trás de Mourinho, falou com o preparador físico Rui Faria ao lado do treinador e todos os jogadores que estavam atrás, onde sentou-se. Aparentemente não pareceu, por parte do jogador, uma atitude de desrespeito até porque não é comum cumprimentar o “chefe” por trás. Mas dá chance a especulações, com certeza.
O diário AS, de Madrid, não considerou a atuação de Kaká como possível mudança no pensamento de Mourinho quanto ao seu aproveitamento no grupo: “Na intimidade de um Bernabéu repleto de lugares vazios, Kaká marcou três gols que provavelmente não sirvam para nada. Kaká se limitou a ser o Kaká de sempre. Disposto, vertical, refinado e algo medroso (marcou um gol de bunda por não cabecear). Mais ou menos assim fez sua carreira no futebol e por isso mesmo está condenado no esforçado Madrid de Mourinho”.
“A impressão de quem escreve é que este Kaká a meia-bomba não desmerece na comparação com o Modric atual e tampouco fica longe da versão languida de Özil. Culpá-lo por todos os males do planeta (eliminação contra o Bayern incluída) e uma má desculpa e uma considerável injustiça. Tampouco se pode responsabilizá-lo pela enorme generosidade do clube com seus gastos”, concluiu o “AS”
Kaká participou de seis amistosos na pré temporada (Benfica, L.A. Galaxy, Santos Laguna (México), Milan, Celtic e Milionários), começou jogando em quatro jogos e foi substituído. Contra Santos e Milan entrou no lugar de Özil, no segundo tempo, com quem – aparentemente – disputa posição. Na decisão da Supercopa da Espanha,contra o Barcelona, Mourinho escalou o sérvio Modric, apresentado três dias antes e ganhou o título do grande rival. A vaga passou a ser disputada por três.
Embora tenha sido aproveitado no início da pré-temporada, Kaká não participou de nenhuma partida oficial. Não atuou contra Valencia, Getafe, Granada, Sevilha e Rayo Vallecano, pela Liga das Estrelas, ficou fora das duas partidas contra o Barcelona, pela Supercopa da Espanha e na estréia da Champions, contra o Manchester City, vitória por 3×2, no Bernabéu.
Pesquisa feita pelo mesmo jornal aponta 72% – totalizando mais de 70.000 internautas – favoráveis à permanência de Kaká no Real Madrid, depois da partida de ontem, quando o brasileiro fez seu primeiro “hat-trick” com a camisa do campeão espanhol. A convocação do técnico Mano Menezes para os amistosos contra Japão e Iraque pode ajudar na reconquista da camisa 8 pelo craque brasileiro que já foi eleito o melhor do mundo.