MARAVILHOSO FLAMENGO

“Flamengo joga amanhã eu vou pra lá”, diz o primeiro samba exaltando o mais popular dos times brasileiros, depois do segundo tricampeonato (53-54-55). Era o time de Dida. Embalado por ele, fui ao Maraca ver o último jogo do ano, em casa. Show dentro e fora do campo. Difícil escolher o melhor, time ou torcida. Mais um samba, agora Luis Ayrão, clamando por uma perda irreparável, “agora como é que eu fico, nas tardes de domingo, sem Zico no Maracanã”. Mais títulos, mais torcida, o alicerce para a consolidação da “Nação”. Era o Flamengo do Galinho. Muitos títulos e um jejum insuportável, em seguida, para os torcedores, que continuavam aumentando, a cada geração, cada um cumprindo sua missão de “catequisar” parentes e amigos, como poucos sabem fazer. De repente, desce Jesus, em território rubro-negro para mudar tudo e começar uma nova era. Como por milagre monta-se um time que começa a se desenvolver em campo, toma corpo, se consolida a cada partida, para se transformar no melhor time do país, a bater todos os recordes, conquistar todos os títulos que disputa, levar de volta aos estádios e cada esquina do Brasil seu orgulhoso torcedor. Nunca, em tão pouco tempo, um clube mudou a cara do futebol brasileiro, nem o Santos de Pelé, o maior de todos. Destemido e arrasador em campo, avassalador nas ruas e estádios, mantém uma longa invencibilidade e números supostamente inalcansáveis, antes desse time maravilhoso, que joga como se escrevesse uma ode ao seu amor. O que virá não nos cabe analisar, importa curtir o presente, manter a tradição. Assim, debaixo de muita chuva, lá estava Gigi, a nova geração rubro-negra, cantando “em dezembro de 81, botou os ingleses na roda “, Missão cumprida

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