MANO CAIU DE MADURO

Mano Menezes acaba de ser demitido do comando da seleção brasileira. A sequência dessa queda começa a ganhar espaço na mídia, todos lançando nomes, sem nenhum critério. Apenas cumprindo um ritual comum nessas horas, “chutando”. Fala-se em Tite, Vanderlei Luxemburgo e Felipão. Tudo especulação e alguém vai acertar. Não vejo nenhuma condição de entrar outro nome além desse trio. Quase impossível nova “invenção” tipo Dunga. Não deve ser por aí.

Penso que chegou a vez de Tite, que tem mostrado competência para dirigir o time que já foi cinco vezes campeão do mundo e encontra-se em 13º lugar – subiu uma posição – atrás da Grécia, Uruguai, Croácia, Russia, Colombia, Holanda, Inglaterra, Italia, Portugal, Argentina, Alemanha e Espanha. É uma posição bastante desconfortável, mas reflete com exatidão o atual estágio do futebol brasileiro. Ney Franco seria uma grande zebra, mas eu não descartaria.

Por ser do Corinthians, trabalho conhecido em detalhes pelo diretor de seleções da CBF, André Sanches, leva vantagem sobre Muricy e Felipão. Independente de estar realizando grande trabalho no timão, com a conquista recente do campeonato brasileiro e a inédita Taça Libertadores da América. O que teria levado o presidente José Maria Marin a demitir Mano Menezes ?

Eu não trabalho com números, isoladamente. Percentuais são irreais, teríamos que abstrair jogos sem nenhuma importância, como Iraque, Japão – ainda engatinhando depois da era Zico e outras babas, além do grande jabá que foi o “super clássico” com os dois times reservas de Brasil e Argentina. O que pode ter somado para a CBF esses dois “jogos”, além do grande lucro que deve ter levado a quem organizou aquele circo?

O futebol brasileiro foi obrigado a jogar em Resistencia que – com todo o respeito – nenhum brasileiro sequer havia ouvido falar. Um arranjo vergonhoso para expor o time pentacampeão mundial, tempos atrás. Fazer balanço do trabalho de Mano Menezes, no meu caso, não leva a nada é perder tempo com números. Deixou de ganhar a Copa America e a chance de ganhar a primeira medalha olímpica, em Londres, com um time forte, seriíssimo candidato. Mas caiu diante do México.

O que precisava mesmo ser feito ficou pelo caminho. Um planejamento para montar o time que vai ter a dificílima tarefa de impedir o segundo Maracanazo, em 2014, quando o Brasil irá promover sua segunda copa, pela primeira vez na America do Sul. Não há time e nem treinador, vai começar tudo outra vez. O que esperar do substituto de Mano Menezes a não ser trabalhar nessa direção. Os jogadores estão aí. Não é a melhor safra mas dá para montar uma boa equipe, com os “moleques”, entre eles Neymar, o melhor jogador em atividade no Continente.