Não dá para dizer que foi decepcionante a vitória do time dirigido por Dunga, outrora seleção brasileira, do povo, contra o modesto time dos Yo Sin Chu. É verdade que nossos irmãos dos olhos puxadinhos melhoraram muito nos últimos, digamos, trinta anos. Tá bom, é muito tempo, mas melhoraram, paciência. Pelo menos taticamente. Mostraram uma aplicação impressionante, além do condicionamento atlético já tradicional da rapaziada. Em qualquer esporte.
A desconhecida seleção de Dunga/CBF/TV lidera o grupo, querem mais o que ?. Outra vitória e estará na segunda fase da copa do mundo do barulho. Nem falo daquelas cornetas, que não me incomodam, mas é desculpa para tudo. O narrador troca o nome do jogador e põe a culpa nas cornetinhas, já adotada por torcedores de todos os países espalhados pelo continente negro. O técnico diz que não pode dar instruções, como se pudesse nos clubes onde trabalha, e assim vai. Tudo de mal é culpa da pobrezinha da Jabulani. Com um nome desse ainda é perseguida, coitada. Eu soube que teve um caso com o Messi.
Mas nem tudo é culpa da menina. A vilã deste mundial é a bola. Coitada. Esse torneio poderá ser o paraíso dos frangueiros. É só dizer que a “gorduchinha” o enganou e está tudo resolvido. A chamada imprensa especializada se encarrega de lhe dar respaldo. Os caras também não entendem nada de bola, fazer o que ?. Menos mal que Maicon tratou de desmistificar essa lenga-lenga. Mandou uma trivela que a “maricota” saiu fazendo rosca e foi dormir na rede. Pra quem sabe, a bola não atrapalha. To mentindo ?
Voltando ao time do Mr. Kim Jon, que toda hora ficava se olhando no telão e ajeitando o cabelo, não estou de brincadeira. Foi a primeira vez que vi um sistema daqueles: 5-4-1. Ficava uma primeira linha com o número 2, o 13, 5, 8 e 3. Depois outra linha com o número 4, o 11, 17 e o 10. Lá na frente, isoladinho, o número 9, o único que guardei o nome, Tae Se. Assim eles complicaram a vida dos patrícios e ficaram no zero ao terminar o primeiro tempo.
Nosso pessoal deve ter pensado no vestiário: “agora a gente vai lá e põe eles na roda. É tudo japonês”. Alguém lembrou que a seleção era da Coréia, antes que outro desavisado dissesse que precisavam furar aquela “muralha”, que os adversários tinham copiado dos seus antepassados. Kaká lembrou que a muralha fica na China. Silencio total. Até entrar em campo, onde ninguém ouve nada.
Menos mal que, antes que algum engraçadinho começasse o coro de “Ganso, Ganso, Ganso”, Maicon, como eu já disse, subiu pela direita e fez o serviço. Mandou um pelotaço, de “triva”, de ladinho, nas costas do bom goleirinho que não consegui ler o nome, e estava “aberta a porteira”, como disse alguém na ESPN, onde estou vendo todos os jogos, em HD. Não troco por nada meu cineminha. Além do que fico livre das “malas”.
Pior foi aturar a barulheira no condomínio onde moro. Tinha fogos, vuvuzela, corneta de carreta, buzina de BMW, apito de trem, grito de menino, cachorro latindo e até Lourinho, meu papaguaio desandou a “gritar” Mengo, Mengo, Mengo, a única coisa que ele se lembrou na hora. Deve ser o maldito hábito de comemorar. Só que ele exagerou. O jogo era outro. Talvez tenha ouvido falar em Julio César, Juan, Felipe Melo e se confundiu. Desculpem o bichinho.
Mais engraçado que Lourinho só aquele blazer, jaqueta, paletó, não sei como posso definir aquele apetrecho que o Dunga vestia. Como diz Gerson, canhotinha de ouro, tinha 265 botões.
Caraca. Mas deixa isso pra, é só um detalhe. Tá pensando que os caras se encolheram, nada disso. Ficaram ali entrincheirados, esperando a hora de dar o bote. Não sei como, só com o Jung lá na frente tomando porrada do Lucio. Quando caía para o outro lado o Juan, melhor em campo, tomava a bola dele como se toma doce de criança. Ganhou todas o ex-rubro-negro.
De repente os canarinhos deram uma bobeira e os caras se engraçaram. Conseguiram um córner, lá pela esquerda. Olhei na TV e só vi o Jung. De repente, como do nada, apareceram mais três não sei de onde. Pra que foram se engraçar. Perderam a bola e tomaram um contra-ataque muito bem feito, que terminou nos pés do Elano, para matar o jogo, fechar o caixão.
Como castigo Dunga mandou aquecer o Dani Alves, outro avião que joga no Barcelona, e sacou o ex-santista.
Jogo liquidado vamos relaxar um pouco, que no Brasil o jogo termina aos 38 minutos. “já acabou”, devem ter gritado do banco, “toca a bola”, alguém pode ter dito em campo e foi ouvido. Papo é que os caras foram pra cima e na única defesa que poderia ter feito no jogo o Julio César não fez. Saco. E agora, o saldo ficou só um, como vamos fazer contra a Costa do Marfim ?
Esse golzinhos dos coreanos no fim foi escroto mesmo, mas o importante é que vencemos.