LUGAR DE TAÇA É NO CAMPO

Comentaram a presença da taça do campeonato brasileiro em campo como se fosse um grande favor que estavam fazendo ao campeão Fluminense a seus torcedores, imprensa e admiradores do futebol, independente de paixão por outros clubes. Fui um dos que pediram o símbolo da conquista e cheguei a criticar diretamente o presidente Peter Simsem por não exigir que o troféu fosse mostrado à torcida. Enfim, começamos a entrar no clube do primeiro mundo do futebol. Tarde mas entrando. 

Por fim, mesmo perdendo para o Cruzeiro, a torcida tricolor deu um show de organização e soube curtir a taça dando a volta carregada por seus novos donos. E como ela parecia feliz, desfilando nas mãos do capitão Fred, Cavallieri, Deco – acostumado a outras comemorações importantes – Gum, os garotos Jean e Nem, que não jogou mas ajudou muito na conquista do tetracampeonato e os demais heróis da bela campanha. 

Evidente que houve a participação do presidente da CBF, José Maria Marin, em boa hora, para que, mais uma vez, o futebol brasileiro não se expusesse a outro vexame. Ser o único país do mundo onde o troféu de campeão é entregue numa festa de auditório, para atender as exigências do patrocinador. Isso beira o ridículo. Ninguém pode assinar um contrato com uma clausula absurda como essa. Podem até tratar de mudar isso, definitivamente.

O futebol agradece e os torcedores comemoram. O patrocinador ganha seus milhões, os clubes ficam com as migalhas, todo mundo recebe a sua parte e a bola vai rolando, como as dívidas impagáveis dos grandes clubes brasileiros. Isso não vai mudar enquanto nossos “dirigentes”, amadores, estiverem submissos e serviçais à televisão, pegando dinheiro adiantado, tornando-se presas fáceis, situação em que jamais encontrarão uma saída. Agora, pelo menos em termos de entrega de Taça estamos no topo do futebol mundial. Que diferença dos anos 1970. Mas é alguma coisa. Festejemos todos nós.

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