Foi o que de mais sensato encontrei em meio a toda confusão que se instalou antes da decisão da Libertadores. Um evento que está mobilizando o mundo do futebol, com previsão de 1 bilhão de espectadores. A torcida do Flamengo fazendo sua parte, levou o time ao avião, uma despedida como nunca se viu no país dos pentacampeões mundiais. Levou carinho e esperança mas deixou, também, uma pressão – mais responsabilidade que pressão – sobre alguns jogadores, impressionados com tanta mobilização. Nas redes sociais a briga é intensa, entre rubro-negros e “inimigos” históricos que vão torcer contra, claro, usando todos os secadores possíveis. É assim, não há como mudar, querer que torcedores de Vasco, Fluminense e Botafogo torçam para o segundo título (no Rio) sul-americano. Quem fala em “torcer” para um clube do Rio ou do Brasil é balela, lenda, como o Saci Pererê. Vão secar, inclusive quem prega esse comportamento. É assim, assim será. Não se deve esperar sensatez num momento tão especial como vive o Flamengo, 38 anos depois da primeira e única conquista sul-americana, com o conhecido “time de Zico”. Falo sensatez da mídia, onde se encontra o maior contingente de hipócritas, pregando o senso patriótico quando, na verdade, ninguém vai torcer contra mais que ele, querendo ficar bem com a “nação” rubro-negra. É uma cultura mundial estabelecida no futebol, onde cada um quer o melhor para o clube que torce, seja no Brasil, Europa, qualquer lugar do planeta. Impossível imaginar um merengue torcendo para o Barcelona e vice-versa, um benfiquista querendo a vitória do Porto, inimaginável. Todas as hipóteses são destruídas diante da rivalidade que o futebol desperta, em todas as camadas. Um produto social. O Flamengo está próximo de reescrever sua história, conquistar títulos, dar as cartas, não só no País como na América do Sul. Praticamente campeão brasileiro, precisa jogar muito para derrotar o River Plate, outro gigante do continente. Tem time e pode conseguir a vitória, mas terá que mostrar sua força em campo. Onde as coisas se definem.