Recebi do leitor Fabrício a seguinte mensagem, com relação à matéria em que critico o excesso de piadinhas contra o Papa, em especial, destacando, entretanto, a sensação que me envolve, toda vez que há um fato novo. Falo da indústria da piada, todas de péssimo gosto, feita por fazer, para não deixar passar a oportunidade. Falo, Fabrício, da ausência de limites, do querer aparecer, mostrar talento, que não têm nenhum. Pura falta do que fazer. Matando tempo no trabalho. É isso.
Texto do Fabrício: “A tenha santa paciência ne cara, tem piada com tudo. Padre, crente, evangélico, bebo, agora com o papa não pode? Ele não é nenhum santo naum, não podemos blasfemar contra Deus, agora não poder contar nenhuma piadinha com o papa isso é demais, desculpe a ousadia”.
Fabrício, pode fazer piada com o Papa, sim. Cito até uma delas, contada por Chico Anísio, conheceu esse cara ? Ele podia, até porque era humorista, como Arnaud Rodrigues, ambos de grande saudade, que deixaram um legado, infelizmente mal aproveitado. O humor, no Brasil, está como o futebol, por volta do 18º lugar no ranking mundial.
Os dois foram gênios, suas obras estão aí. Veja a “Escolinha do Professor Raimundo”, reprisada todos os dias no canal 37 da Sky que você vai entender o que estou falando. Você disse bem, “tem piada com tudo”. Aí reside o problema, minha preocupação. Todo mundo quer ser jogador de futebol, cantor de pagode, Maria chuteira ou piadista. Excelente para o país, que não precisa de médicos, professores, engenheiros, etc.
Penso até que deveriam fechar todas os colégios, Universidades ,cursos de todos os tipos e deixar apenas as escolas de humor. Pra que formar essa gente, se está tudo ótimo ? Vamos fazer a Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíada, que mais a gente pode querer ? E ainda vamos rir de tudo que acontecer no mundo, até catástrofes. Fabrício, também gosto de piadas, só que temos gostos diferentes.