Ninguém está acima da instituição Flamengo, nem Zico. Isso todo mundo sabe, até mesmo Vanderlei Luxemburgo, que chegou a uma etapa da sua vida em que o homem passa a banalizar determinadas coisas. E corre o risco de não selecionar as mais importantes. Mais que qualquer um de nós, Zico sabe o que representa para o clube. Por isso sua mágoa com algumas pessoas que se deixaram envolver no triste episódio que resultou na sua saída, sem o devido respeito por sua figura.
Ninguém fez mais pelo Flamengo, em campo, que Zico. Nem falo de seus gols, títulos, mas de sua paixão como atleta a torcedor que foi, em toda a sua vida. É duro, para quem acompanhou sua carreira como craque excepcional, como eu, presente ao estádio Aniceto Moscoso, quando ele iniciou a mais brilhante trajetória de todos aqueles que vestiram a camisa rubro-negra, ler em seu depoimento que não sente mais o mesmo quando o Flamengo entra em campo.
Essa mesma instituição que gostamos e respeitamos está mal das pernas, faz muito tempo. Há em suas entranhas um processo político viciado, pernicioso, que corrói sua estrutura secular, formada por homens de bem, que contribuíram para formar sua grandeza. Dentro de campo, craques como Zizinho, Dida, Dequinha, Domingos da Guia, Leandro, Junior e tantos outros, construíram o maior patrimônio do Clube de Regatas do Flamengo, sua torcida.
Zico não precisa de defensores, nem me propus a isso. Zico merece, sim, respeito e reconhecimento por cada gota de suor derramado em campo. Por cada minuto de terror empurrando quilos de ferro para se recuperar de uma grave lesão, defendendo seu time do coração. Zico merece respeito pelas centenas de gols que marcou, dezenas de títulos conquistados, milhões em espaço nos veículos de comunicação de todo planeta, elevando sempre, com orgulho, o nome do Flamengo.
Para quem acompanha o noticiário diário do Real Madrid, clube que admiro como organização, fica difícil imaginar alguém da diretoria dirigir qualquer tipo de insinuação a Don Alfredo Di Stéfano, presidente de honra do gigante espanhol. Muito menos sugerindo algum tipo de atividade desonesta. Zico, homem de gestos simples, mesmo com todo o esplendor de sua carreira inigualável no clube, foi desrespeitado, agredido naquilo que mais elaborou como modelo de filho, profissional pai e amigo, sua honra.
Zico, vou te vender um conselho, em troca de tantas alegrias que você deu a mim, minha família, meus sobrinhos que você ajudou a formar como homens, e à grande Nação Rubro-negra. São milhões de pessoas que te admiram, respeitam e idolatram. Pessoas que gostariam de estender um tapete vermelho para você passar sob lágrimas e aplausos de reconhecimento. Pessoas pobres, ricas, não importa sua condição social, mas seu aspecto moral. Seu coração é todo vermelho e preto, hão há espaço para mágoa ou rancor . Esqueça essa gente que te feriu tanto, o Flamengo está acima de todos eles.
A Nação te respeita e te quer muito bem. Obrigado por tudo.
Iata, eu também considero o jogador Zico fenomenal, fantástico, único, belíssimo, etc. etc. etc. Mas como gerente de futebol o sr. cidadão Arthur Antunes Coimbra foi uma tragédia. Indicou contratações estapafúrdias; o time que ele montou para o Brasileiro de 2010 quase foi rebaixado (e ainda abandonou o clube no meio do caminho…); fez-se omisso em situações vexaminosas para o clube (vide atitudes de jogadores que pintavam e bordavam com o nome do clube).
Todos os aplausos e homenagens ao jogador Zico. E isso ninguém questiona. Mas o ex-gerente Arthur Antunes Coimbra foi uma lástima. E isso não é desrespeitá-lo, agredi-lo, colocar em xeque a sua moral e dignidade….(e outros blá-blá-blás….), mas é simplesmente exercer o direito de crítica, direito de qualquer cidadão. E ninguém está acima disso também.
Cordialmente,
Leonardo