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Não costumo ver ou ouvir jogos da seleção CBF/TV e já falei do vexame que foi o último escândalo envolvendo o time pentacampeão mundial, hoje na 13ª posição do ranking da Fifa, que também não merece muito crédito. Jogaram o time antes defendido por Nilton Santos, Garrincha, Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivelino, Paulo Cezar, Zico, Falcão e tantos outros gigantes do futebol brasileiro, para atuar na desconhecida e acanhada Resistência que, com o devido respeito, não tem condições de receber o maior clássico do futebol mundial, mesmo com os times reservas. Um jabá vergonhoso para a tradição do outrora melhor futebol do mundo.
Também garanti na matéria sobre a queda de Mano Menezes, que nomes surgiriam em pencas, o que está acontecendo. Fui criado ouvindo uma lorota que todo brasileiro é técnico de futebol. O que há de exagero nisso supera os limites do bom senso. Uma grande mentira. Nem entre todos os treinadores 100% são técnicos. Há muita gente enganando parte da imprensa e grande quantidade de torcedores. Frases feitas, de efeito, que viram verdade mas não resistem ao tempo. Sabe-se hoje que nem entre os profissionais de mídia todos conhecem o assunto. Os ex-jogadores estão aí para provar o que digo. De cada 10 comentaristas 8 são ex-jogadores. Ou isso.
A que parece última cartada foi a sugestão para a contratação de Pep Guardiola, responsável pela formação do melhor time do mundo, há quatro anos pelo menos, formado na escola holandesa, de grande tradição na prática do futebol arte, total, coletivo. O ex-jogador, responsável pelo magnífico futebol apresentado pelo Barcelona, com grande participação na conquista do primeiro título mundial da Espanha, entrou para a história por ter formado o que possa ser, mais adiante, apontado como o melhor time de todos os tempos. O que provavelmente irá acontecer, pelo que temos visto.
Há nessa indicação, sugerida pelo jornal LANCE ! em editorial de segunda-feira (26-11-12) uma clara manifestação de mudança radical na forma de conduzir a seleção brasileira de volta ao topo da tabela. Ou a escolha não seria pela contratação de um estrangeiro, inédito por aqui, comum na Europa. Considero Pep Guardiola, grande admirador do antigo futebol brasileiro, com perfil para ser o responsável por nosso time na copa do mundo. Não acredito que a CBF/TV estejam abertas à essa radical mudança. Há os românticos, nacionalistas fervorosos, “técnicos” de mesa de bar e pitaqueiros aos milhões por esse Brasil afora.
Pode-se imaginar Guardiola, criado, crescido e moldado num esquema altamente profissional de um dos maiores clubes do mundo, vendo empresários circulando pelos corredores das concentrações, tratando de vender jogadores, cartolas dando palpites, jogadores gravando entrevistas exclusivas para a TV patrocinadora, aquela bagunça secular que permeia os hotéis onde fica o nosso time ? Inimaginável. Não vejo nenhuma afinidade entre o que pensa o jovem treinador e o que se passa nas coxias de uma seleção brasileira. Não me digam que as “coisas mudaram “ que não acredito. Só trocaram as moscas.
Para piorar a situação, fico a imaginar como seria implantada a filosofia “barcelonista” entre os jogadores brasileiros. Não há como, por mais que Guardiola conheça do futebol brasileiro. “Esse cara é maluco” diriam os “comentaristas” e ex-boleiros, agora com microfones à mão. “Ele quer que o Neymar volte para marcar, eu não disse que não daria certo ?”. Sim, porque o treinador pensa diferente, vai querer por em prática o que ele sabe e muito. Como praticar o futebol coletivo, de alta rotatividade, a posse e o toque de bola, que é a maior característica do melhor time do mundo, o quase imbatível Barcelona. Os nossos estão acostumados a carregar a bola. Não dá certo, o que lamento profundamente. Eu também gostaria de ver Guardiola dirigindo a seleção brasileira, para 2018. Mais posso dar meu pitaco, agora sim. Prefiro José Mourinho. Mas isso é papo para outro dia.