Pep
Com a saída do holandês Frank Rijkaard, Guardiola, nem a torcida do Barcelona, jamais poderiam imaginar sua ascensão ao time principal, já despontando como uma das grandes forças do futebol espanhol e mundial. Em sua primeira temporada como treinador principal conseguiu o “triplete”, como gostam de definir os espanhóis, ganhando a Liga das Estrelas, Copa do Rei e a Liga dos Campeões. Completou a mágica temporada em 2009 vencendo a Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes. Um meteoro em forma de espetáculo.
Tinha mais. O time passava a chamar a atenção do mundo para as conquistas, a nova fórmula de subjugar os adversários e o mágico “tictaca”, como é conhecido o toque e a posse de bola do time catalão, executados à perfeição pelo tripé Busquets ou Yaya Touré (2007 a 2010, 74 jogos), Xavi e Iniesta, apoiados pelo argentino Messi que foi subindo junto com o grupo até se consagrar como maior jogador do mundo no século 21. A posse de bola passou a ser marca registrada do Barcelona, que acabou influenciando a seleção espanhola, também reconhecida, pela primeira vez como a melhor do mundo. Veio a conquista da primeira copa, em 2010, para a “Roja”.
Em 2009-10 o Barcelona venceu novamente a Liga (Campeonato Espanhol), sagrando-se tricampeão, quebrando a hegemonia do arquirrival Real Madrid mas foi eliminado na Liga dos Campeões na semifinal pelo Inter, de Milão, e nas oitavas de final deixou a Copa do Rei, sendo eliminado pelo Sevilha. Em 2010-11 Guardiola voltou a fazer o doblete, ganhando a Liga das Estrelas e a Liga dos Campeões da Europa. Em sua última temporada ganhou mais quatro títulos: Supercopa da Espanha, Supercopa da Europa, Copa do Rei e Mundial de Clubes.
Josep Guardiola dirigiu o Barcelona pela última vez em 25 de maio de 2012, na final da Copa do Rei, vencida pelos catalães na vitória de 3×0 contra o Athletic Club, de Bilbao. Por coincidência foi o primeiro rival de Guardiola e na mesma competição, quando ganhou seu primeiro título. Foram 14 títulos em quatro temporadas. Foi-se o treinador, por livre escolha. Foi-se o homem ficou a história. De um time que jamais será esquecido. Discute-se se é ou não o melhor de todos os tempos, o que é suficiente para consagrar qualquer treinador.
O grande desafio está lançado. Guardiola fez do Barcelona o melhor time do mundo ou o Barcelona fez de Guardiola um treinador de ponta, que chegou a ser lembrado para dirigir a seleção brasileira, historicamente a mais importante do mundo. Sem Messi, Guardiola terá a mesma trajetória vitoriosa, ganhará títulos importantes, trabalhando num dos mais importantes clubes do futebol mundial ? Particularmente não tenho nenhum motivo para duvidar da capacidade do jovem técnico. É um cara preparado e inteligente. Teve sorte, mas sempre mostrou competência. Só tempo dirá. Que tenha sorte, Guardiola.