Fica cada vez mais difícil assistir qualquer partida das Ligas europeias depois passar para jogos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil ou mesmo Libertadores. Começando pelas narrações de TV, assustadoramente nivelada por baixo, considerando o trabalho feito três, quatro décadas atrás. O conceito de politicamente correto acabou com essa mídia. Locutores, comentaristas e repórteres nada sabem, tornaram-se repetitivos e muito chatos com as “descobertas” feitas por alguns ex-jogadores que não se prepararam para exercer a nova função. Duas ou três exceções e olhe lá. Mais ou menos 90% das transmissões ficam por conta do narrador (TV) que quer narrar com estivesse numa rádio, o que não dá certo. Ficam maçantes, repetitivos, dói nos ouvidos. Alguns são chatos demais. Ninguém aguenta mais ouvir “Bochecha da rede”, “Jogador Vertical” (numa superfície plana), “Jogador espetado”, “Beirada de campo” e outras asnices insuportáveis. Meus colegas repórteres nada sabem, assassinam a anatomia a cada lesão, não se preparam para a profissão. Pensam – todos eles, não conheço exceção – que “posterior de coxa” é um músculo, na verdade termo direcional (ex. posterior, anterior). Uma lesão pode ser no músculo Semitendinoso, Semimenbranoso ou Biceps Femural. Repetem, repetem, repetem e ninguém na chefia ou produção, para chegar no cara e consertar. Porque também não sabem, é vergonhoso. Em campo a maior diferença. Os três últimos jogos do Real Madrid, classificado para a final da Champions, contra o Liverpool, o time de Ancelotti eliminou PSG, Chelsea, Manchester City para tentar sua 14ª Taça em 17 finais. Pudemos curtir o verdadeiro futebol arte de Modric, Mbappé, De Bruyne, Kroos, Thiago Silva, Marcelo, Donnarumma, Marquinhos, Messi, Neymar, Courtois, Benzema, Bernardo Silva, Mahrez, Rudyger, Canté, Jorginho, Vinicius Junior, Rodrygo e muitos outros. Neste fim de semana deu para ver Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco, os dois últimos na zona de classificação, o campeão carioca no meio da tabela, enquanto o Flamengo, favoritíssimo da mídia carioca, primeiro na fila para a zona de rebaixamento, beirando uma nova crise ou queda do treinador. Dos quatro, contando os substitutos e substituídos, não tem UM que possa ser titular da seleção, mesmo nas convocações esdrúxulas de Tite. Reservas, dois ou três, forçando uma barra. ixixixixixixixixiDefinitivamente, sou contra o VAR, que veio para desfazer erros e acabou tornando o esporte mais popular do planeta numa coisa muito chata. Na vitória do Botafogo sobre o Fortaleza, uma parada demorou cinco minutos e acabou anulando um gol alvinegro. Fez-se “justiça”, tudo bem, lance que passaria fácil na interpretação do árbitro e do auxiliar, muito bem posicionado, por sinal, mas sem câmeras para ajudar. O maior problema da arbitragem , entretanto, continua numa escalada insuportável e não há quem dê jeito, à “cera” dos goleiros, todos, sem exceção. Foi assim no jogo do Nilton Santos ou em qualquer estádio brasileiro. A tal regra que permite ao goleiro ser atendido com o jogo interrompido facilita as coisas para quem quer ganhar tempo, sob os olhares do árbitro, que muito pode fazer mas prefere deixar como está, administrando. Todo mundo sabe, menos ele, que aquilo é falso, orientado ou permitido pelos treinadores, e envolve também fisioterapeutas e médicos, cúmplices da farsa. A coisa é muito séria e só terminará quando alguém resolver advertir ou mesmo expulsar um desses farsantes que em nada contribui para melhorar o nível do futebol brasileiro. x.x.x.x.x.x.x.x.x.xFui um dos maiores críticos do futebol de Vinicius Jr, desde sua chegada ao Real Madrid, transferência que custou ao clube espanhol 45 milhões de euros (164 milhões de reais), aos 16 anos, depois de passagem brilhante da Taça Cidade de São Paulo. Em julho de 2018 assinou o primeiro contrato após completar 18 anos. Foi a segunda maior transferência do futebol brasileiro, abaixo de Neymar que custou 88,4 milhões de euros ao Barcelona. Vinicius cresceu assustadoramente, montou uma equipe multidisciplinar com oito profissionais que o assessoram. O resultado prático logo apareceu, em campo. Vini – mudou até o nome – aparente ser uma pessoa tranquila, centrada, ciente do que faz. Melhorou o drible, passe, lançamento e chute, mantendo a extraordinária velocidade que fizeram dele um top, posto na prateleira de cima do futebol mundial. Passou a ser protagonista, avaliado em 166,4 milhões de euros, mais de 1 bilhão de reais, segundo pesquisa da CIES Football Observatory. Sua fantástica ascensão nos permite imaginar Vinicius Jr como titular da seleção brasileira, em sua primeira copa do mundo, fim de ano no Catar. Hoje, entre sorrisos, bato palmas para a nova estrela do futebol mundial.