FUTEBOL É COISA SÉRIA

Às vezes penso que estou sonhando ou é brincadeira do pessoal. Nem uma nem outra, concluí, depois de dar uma lida nos sites e em alguns jornais. O que dizem na televisão – com raras exceções – não ligo, finjo que não escuto e vou em frente. Só para justificar esse meu pensamento, até “pátria de chuteiras” já foi dito. Sem falar na grande bobagem de “ganhar dos argentinos tem outro sabor”. Babaquice (desculpe, a palavra) pura, falta de imaginação. Toda vitória é importante, tem o mesmo sabor.

A vitória sobre a “seleção” argentina não teve nada demais, a não ser a boa partida que fez o Cortês, com muita personalidade, jogando o mesmo futebol simples, mas sério, objetivo, que vem jogando no Botafogo. Nada mais que pudesse justificar o espanto e o endeusamento de um jogador que é uma baita promessa, mas muito inferior, ainda a Marcelo, por exemplo, mas infinitamente melhor que o inexplicável convocado Cleber. Tem moral e futebol para jogar a copa do mundo, mas vamos com calma.

Esse menino do São Paulo, Lucas,  vai ser titular na copa, a não ser que haja uma mudança de percurso em sua carreira, mas ainda tenho muitas dúvidas com relação a Neymar, hoje, por absoluta falta de atacantes de talento, o melhor jogador em atividade por aqui. Mas praticando um futebol solitário, inadequado aos padrões modernos, exaustivamente mostrado pelo Barcelona, um primor de agrupamento, equipe. Neymar precisa aprender essa lição o quanto antes. Nenhuma restrição ao seu talento, óbvio.

O time “B”, vamos chamar assim, é muito fraco, não justifica o público que levou ao Mangueirão. Resta saber se vem outro inquérito por aí para apurar o “jabá” que ronda todas as atividades da CBF (os 9 milhões do jogo em Brasília ainda não foram esclarecidos) quando põe o time amarelo em campo. Aliás, a camisa além de horrorosa, com aqueles números pavorosos que saem durante o jogo, cada dia mais perde prestígio internacional, basta ver em que posição está no ranking mundial.

Mas esse não conta, dirão alguns. Tudo bem, concordo. Mas o que vamos fazer diante da violação que é chamar o Dedé de “mito”, pela mídia, que deveria ter a responsabilidade de informar e que por extensão acaba formando a opinião pública ? O que esse pessoal diria se Leandro, Luiz Pereira, Oscar, Luisinho, Amaral, Orlando Peçanha, Brito, Marinho Peres, Juan, Aldair, Miguel, Ricardo Gomes, Ricardo Rocha, Mozer, Sebastião Leônidas, Djalma Dias, Alexandre Torres e muitos outros superiores ao zagueiro do Vasco estivessem atuando hoje ?

Não quero, com isso, criar   nenhum embaraço para a minha cabeça, nem a sua, caro leitor. Falo da irresponsabilidade profissional de quem deveria tratar as coisas do futebol – paixão nacional – com seriedade, não com disparates dessa magnitude. Nada contra o futebol do Dedé, que está buscando seu espaço, tem correspondido, e pode até ser prejudicado com esse tipo de bajulação. Menos. Vamos dar mais algum tempo para sua afirmação. Aí sim, podemos buscar um lugar para ele na galeria dos grandes zagueiros do futebol brasileiro. Por enquanto é um bom jogador.

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