FRED SALVA SELEÇAO DE SEGUNDA DERROTA

Um gol de Fred aos 44 minutos do segundo tempo salvou a seleção brasileira de sua segunda derrota em três jogos, sob o comando de Luis Felipe Scolari.  Falta um pouco mais de entrosamento, algumas mudanças para que o novo treinador possa ter condições de mandar a campo um time que busque mais e mereça a primeira vitória. Não basta vencer seleções medíocres, como antes, mas convencer o torcedor que o trabalho está no caminho certo. Ainda falta confiança dos aficionados pela camisa amarela.

Após um inicio impressionante da seleção russa, atacando em bloco, em velocidade, com reposição dos jogadores em alto nível, os comandados do italiano Fabio Capello pareciam dispostos a liquidar os cinco vezes campeões do mundo e mostrar que vão brigar por uma posição de honra na copa que será realizada no Brasil. Como nenhum time mantém esse ímpeto, os vermelhos foram cedendo terreno, o cansaço veio prematuramente e a seleção de Felipão passou a impor seu ritmo, equilibrou o jogo e ameaçou a dar as cartas.

Assim, depois do grande volume de jogo imposto pelos russos, a seleção amarela conseguiu safar-se de todas as perigosas investidas de Kerzhakov e seus companheiros, que reclamaram de um possível pênalti de Fernando, em lance casual de bola no braço do volante brasileiro, portanto inexistente, passou a dominar e valorizar a posse de bola e diminuir o ritmo de jogo imposto pelos russos. Veio o equilibrio, mesmo com Kaká desaparecido e Neymar bastante preocupado em jogar para a arquibancada.

O meio campo encontrava dificuldade para dominar o jogo, mesmo quando o time brasileiro tinha mais a bola sob domínio. Faltou um “tictaka” à Barcelona para dominar de vez um adversário duro, forte, mas taticamente bem arrumado. Nenhum primor, mas dava para o gasto, manter o empate. Marcelo e Daniel Alves (a dupla Real/Barça) eram os mais lúcidos e apoiavam  as subidas brasileiras. Fernando marcava bem e Hernanes usou e abusou de entradas fortes sem necessidade.

O primeiro gol do jogo aconteceu aos 28 minutos do segundo tempo, quando o time europeu promoveu uma blitz impressionante sobre o gol de Julio Cesar, que salvou o que foi possível. Foram três chutes, duas rebatidas e uma chegou à rede. Quando o jogo estava equilibrado, igual, veio o gol, na hora errada, quando os russos menos mereciam. É assim e será sempre assim o futebol. Verdade que poderia ter saído para qualquer lado.

Longe de se entregar, uma das características de muitas seleções brasileiras, um elemento qualquer resolveu motivar Kaká a mostrar seu verdadeiro e questionado futebol e o time empurrou os russos para defesa, pela esquerda de ataque, com a ajuda preciosa de Marcelo que, em algumas jogadas, lembrou o lateral do Real Madrid das temporadas anteriores. Com seu cruzamento o Brasil chegou ao empate, quando tudo estava se encaminhando para a segunda derrota de Felipão. Mas Fred estava no lugar certo, na hora certa. Mais uma vez ele foi o salvador.