Sou do tempo em que o repórter de televisão dava notícias. Aliás, nas transmissões esportivas a notícia era importante. Felizmente curti esse tempo, desde a inauguração da TV MANCHETE – pena que não tenha dado certo – em 1983, até 1987, quando resolvi voltar ao rádio. Trabalhei e me diverti muito. Era o tempo em que o profissional se sentia valorizado, no sentido exato da palavra. Sem contar os “furos” que dei, com “minha equipe”, na concorrência. Era bom demais.
Na decisão da Copa Sul-Americana vi o jogo com a transmissão de João Guilherme, sempre muito comedido, excelente narrador. Atento e simpático, dá gosto ouvir suas narrações, sempre equilibradas, sem contar muita história. Narra fácil, o essencial. Quando aparece um balão é um balão, todo mundo conhece, não precisa ele ficar repetindo. Até as crianças sabem que é um balão. Uma chatice a menos. Entre muitas outras que ninguém suporta mais nas chatíssimas transmissões que se arrastam há anos, sem nenhuma novidade aproveitável.
Foi uma festa muito bonita, até “abrasileirar”, virar bagunça, uma multidão dentro do gramado, mas aí o nosso João Guilherme não tem culpa. Fez o dele, sem estardalhaço. Uma baita transmissão, que melhorava a cada entrada do Mario Sergio. Um monstro. Conhece tudo e um pouco mais de futebol. Não enrola, “enxerga” o jogo, coisa rara nesse meio. Diz o que, quem não tem esse dom, quer ouvir. Sem aquelas baboseiras de “scout”, números, “campo pesado”, “jogador vertical (foguete), totalmente ultrapassadas. Pura enrolação. Sem contar o “muito impedido”, “eu não daria”, como se pudesse marcar, e outras asnices.
O Show veio no intervalo, quando os argentinos do Tigre resolveram ficar no vestiário, sob a alegação de que haviam sido agredidos por seguranças do São Paulo e por policiais. A FOX arrasou, com câmeras, repórteres, entrevistas com jogadores, comissão técnica, dirigente e o treinador. Muita informação e presença ao lado da notícia. Baita trabalho, como há muito não se via por aqui. Show de informações dos repórteres, Fernando Caetano e André Cavalcanti. Interessante que esse episódio tenha acontecido para consolidar a ideia que a FOX veio para mostrar serviço, quebrar a rotina instalada. Muito bom, que continue assim. Parabéns ao pessoal da “raposa”.