FORA TODO MUNDO

Eu pensei em escrever alguma coisa sobre a pantomima que foi o “julgamento” do TJD. Prefiro, entretanto, curvar-me, uma vez mais, ao talento do amigo Alvaro Oliveira Filho que fez um brilhante comentário sobre o assunto. Já compartilhei e peço que façam o mesmo.

Confesso meu abatimento para continuar dando murro em ponta de faca. Não quero mudar nada, essa fase já passou, mas esperava ficar um pouco mais na linha de frente, sendo mais um. Não dá. O mal vai vencer sempre no Brasil governado por uma rede de TV que faz o que quer e ninguém fala nada. Mas deixo uma pergunta: POR QUE OS ÁRBITROS FINGEM QUE NÃO VÊEM AS CÂMERAS PENDURADAS NAS REDES ?

 

Meus pêsames, futebol carioca

A súmula do árbitro João Batista de Arruda é muito clara. Paulinho foi expulso por cometer falta em Bernardo e, em seguida, chutar a bola na direção do adversário caído. Bernardo, por sua vez, reagiu com uma peitada em Paulinho, razão pela qual também recebeu o cartão vermelho. Na confusão que se formou, Anderson Pico atingiu Bernardo com um soco no queixo e foi agredido por Guiñazu com um tapa no peito.
Não é o relato de uma luta de MMA. Tudo isso aconteceu em campo, diante de 56 mil torcedores e milhões de espectadores. Cenas que deveriam deixar envergonhados não apenas os envolvidos, mas também aqueles que organizam o campeonato e que, em tese, deveriam zelar por um espetáculo limpo e leal.
Mas é claro que a Federação de Futebol do Rio não se preocupa com isso. A prioridade de seu presidente é satisfazer os interesses de seus aliados, mesmo que para isso precise jogar na lama o restinho de credibilidade que o campeonato ainda possui.
É importante lembrar que João Batista de Arruda fez, naquela partida de futebol, uma da melhores arbitragens dos últimos anos. E agiu corretamente na expulsão dos jogadores. Mas não era difícil prever o desfecho de tudo isso. Primeiro, quando o julgamento dos quatro envolvidos foi adiado, sob a estranha alegação de que havia divergências entre a denúncia e a súmula. Ou o auditor que fez a denúncia é analfabeto ou não teve o interesse e ler o relato do árbitro.
Pois bem: novo julgamento foi marcado, justamente entre os dois jogos decisivos. E a conclusão dos auditores não poderia ser mais patética: um jogo de suspensão para Anderson Pico (o do soco no queixo) e para Bernardo (o da peitada). E – pasmem – absolvição para Guiñazu (o do tapa no peito) e para Paulinho. O pior é que os senhores auditores fazem tudo isso e conseguem se olhar no espelho no dia seguinte.
Para estes senhores, as críticas de Vanderlei Luxemburgo e de Fred foram mais graves do que transformar o gramado do Maracanã em octógono de UFC. O futebol carioca está morrendo na mão destes “respeitáveis” senhores. Não tem credibilidade alguma. E um campeonato sem credibilidade não tem valor.
O recado dos auditores está dado. Socos, pontapés, cotoveladas estão liberados. Só não podem criticar a Federação.
Meus pêsames, futebol carioca.

(*) Texto – Álvaro Oliveira Filho

http://alvarooliveirafilho.cbn.globoradio.globo.com/2015/04/28/meus-pesames-futebol-carioca/

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