Não deveria ser exatamente o Flamengo, mas outro co-irmão, a promover a volta do “tapetão” ao futebol carioca. Mas a diretoria rubro-negra, que está até indo bem, deu um baita tiro no pé e recorreu ao Tribunal de Justiça Desportiva pleiteando a anulação do jogo contra o Duque de Caxias, quando empatou em 1×1.
Um time impotente e incompetente para derrotar um adversário pequeno, embora bem montadinho, deveria levar a diretoria do clube a outro tipo de postura, como, aliás, tem feito, tratando de coisas mais importantes que ganhar algum espaço na mídia. Foi o que o Flamengo – que não precisa disso – ganhou, mais nada. Deveria ter ficado calado e assumido a inaptidão naquele jogo.
Conseguiu, através de uma liminar concedida pelo TJD, de competência no mínimo discutível, fama que carrega há muitas décadas, para que aquela partida não seja homologada. A decisão foi tomada após inquérito impetrado pelo Flamengo, que solicita apuração de uma possível interferência externa na invalidação de um gol marcado por Hernane.
O mérito e a forma como as coisas foram conduzidas pela mídia, que deixou de ganhar tempo e espaço com essa bobagem, estão completamente equivocados. Primeiro, não existiu “gol anulado” porque não houve gol, que é consumado se houver nova saída de bola do centro do gramado. Segundo, o gol não foi “validado” porque não houve gol, repito. Não pode ser validada uma coisa que não existe.
O vice-presidente jurídico do Flamengo, Flavio Willeman alega que “há suspeita da arbitragem ter tido auxílio externo para anular o gol legítimo de Hernane, após este ter sido validado”. Não conheço o advogado – deve ser, não sei – Willeman, mas acredito ser um profissional capacitado a defender o Flamengo, ou não teria sido convidado para o cargo. Mas é pato novo no futebol, pelo menos neste caso. Com respeito ao seu valor profissional não discuto. Não houve o que ele chama “gol legítimo”, repito.
Ora, Dr. Willeman, é evidente que houve interferência externa no tal lance, por sinal acertado pelo árbitro Patrice Maia, atendendo a uma informação que, não necessariamente precisa ser do auxiliar de linha. Não existe mais “trio de arbitragem”, mas um sexteto, formado pelo árbitro principal, dois auxiliares – antigos “bandeirinhas – dois AAA e o quarto árbitro. Todos se comunicam através de fones e microfones. Tudo legal.
Na possibilidade, remotíssima, de auxilio “externo”, como teria sido feito isso e quem provaria tal atitude ? Vamos parar de brincar com coisa séria. Quer mostrar serviço ao torcedor, que não agüenta mais ver essa baba que está em campo, com todo respeito aos profissionais, que não são culpados,vai à Espanha, contrata o Cristiano Ronaldo e desembarca com ele no Tom Jobim, se a torcida deixar o avião pousar, com a pista invadida.
Vamos parar de oba-oba com assuntos sérios. Por isso Paul Breitner disse, com a autoridade que sua carreira permite, que o futebol brasileiro está “dormindo” desde que conquistou cinco títulos mundiais. É verdade, há muitas décadas, e a mídia tem grande parcela de culpa, pois alimenta essas bobagens, não temos tratado o futebol com a importância devida. Vem aí a copa do mundo, em casa, e não se pode garantir que o time de Felipão vai jogar no Maracanã. Que tal tratar disso ?
Concordo com você Iata.
Buscar reparar pretensamente uma injustiça após perder pontos para um time de baixo investimento está distante das tradições de um CLUBE como o FLAMENGO.
Ter um time de verdade creio é o melhor a ser feito!
Abs Aristeu Leonardo