O presidente da Fifa, Joseph Blatter, declarou que pode estudar a possibilidade de acabar com as prorrogações em jogos de copa do mundo. Aponta como solução a disputa direta por pênaltis ou o gol de ouro, que já foi estado e mostrou não ser a fórmula correta, tecnicamente de decidir uma partida. Vira loteria. Vai se reunir com seus companheiros da área técnica para decidir o assunto.
Prestem atenção na incoerência do Sr. Blatter. Vai se reunir com seus
“velhinhos” – nenhum deles ex-jogador ou treinador – para decidir como motivar os times a fazer gols. Antes da copa da África do Sul foi proibida a paradinha na cobrança de pênaltis, uma forma de finta que facilitava a vida do cobrador e era permitida pela International Board, que regulamenta as regras do jogo.
A exclusão da prorrogação foi sugerida por mim aqui no blog e no “Bola em Jogo”, programa dirigido por Luiz Ribeiro, todos os domingos na Rádio Tupi, antes da copa do mundo. Muito antes. Essa fórmula de definir quem passa à fase seguinte pode provocar um desgaste equivalente a uma partida inteira. Basta que a mesma equipe empate três partidas seguidas a partir das oitavas e ganhe nos pênaltis. Terá jogado mais 90 minutos antes da decisão.
É bom lembrar que a maioria dos jogadores participa de campeonatos europeus, ou seja, estão todos em fim de temporada. A prorrogação é um desgaste desnecessário, que poderia beneficiar a seleção brasileira, por exemplo, se todos os jogadores atuassem no País. Estariam na metade da temporada, em melhores condições atléticas, portanto.
É uma mudança importante, sem dúvida, desde que surja uma decisão coerente. O tal “golden goal” é um tiro no pé. Já foi testado e reprovado por todos os países. É uma loteria, que pode beneficiar quem não pratique o bom futebol. Há outras mudanças mais urgentes, na arbitragem, por exemplo. Vamos falar sobre isso mais adiante.