A Fifa anunciou a oficialização do Árbitro Assistente Adicional, além de permitir o uso de proteção para os cabelos entre as mulheres muçulmanas nas competições oficiais e o uso do chip nas bolas para definir se houve a transposição da bola na linha de gol. Introdutor dos Árbitros Assistentes (AAA) no futebol, agora consagrado oficialmente, Jorge Rabello falou da importância dessa medida para o futebol.
– Essa data 05 de julho de 2012, entrará para a história da arbitragem mundial. Para nós do Rio de Janeiro representa o reconhecimento da nossa coragem e ousadia em inovar. Em abril de 2008 quando pela primeira vez foram utilizados Árbitros Assistentes Adicionais, tínhamos a convicção de estar iniciando um processo inovador. Também sabíamos que provocaria muita crítica e incompreensão, mas resultados positivos e benefícios inquestionáveis para a arbitragem não só no Pillar Técnico, no campo de jogo, bem como, no Pillar Social no que se refere a aumento de mercado de trabalho.
O que o levou a pensar nos árbitros adicionais ?
– A sequência de lances duvidosos nos fizeram pensar numa solução para esse problema. Sempre fui a favor das decisões tomadas pelo árbitro, sem qualquer ajuda extra. Penso e defendo a tese de que os olhos humanos são muito importantes na maioria dos casos.
Quando foi lançado o AAA ?
– Depois de muitos estudos, observações, decidimos fazer experiências em campo pensando numa forma de ajudar o árbitro principal em lances polêmicos. Em abril de 2008, lançamos dois assistentes adicionais ao trabalho de William de Souza Nery, na semifinal da Taça Rio, em abril de 2008, no jogo Fluminense x Botafogo.
Além do Árbitro Auxiliar você lançou o Tempo Técnico Obrigatório. Essa experiência também foi positiva ?
– Sim, o Tempo Técnico Obrigatório já uma realidade, a aprovação é de 100% dos técnicos de futebol. Fizemos essa pesquisa com todos esses profissionais após o campeonato carioca de 2012, todos aprovaram e apresentaram sugestões para melhoria do processo.
Mas foi outro assunto polêmico antes de se aprovado
– Sim, já esperávamos essa reação. Toda novidade gera polêmica, mas estávamos tranqüilos quanto a isso. Houve uma confusão estranha, que parecia estar incomodando, mas faz parte do processo, eu entendo.
Houve muita crítica também
– É natural, já disse. As pessoas estavam confundindo as coisas. O tempo técnico está dizendo que o objetivo é atender ao técnico. Não sei porque estavam misturando as coisas. A paralisação não é, especificamente, para o jogador “beber água”, como andaram divulgando, mas para o treinador fazer suas observações, participar do jogo. O futebol era o único esporte coletivo em que o treinador não podia dar instruções. Isso mudou.
Há um avanço com relação aos Árbitros Adicionais ?
– Quero anunciar que a partir de 2013 a Ferj/Coafrj, dará início a criação de um quadro específico de Árbitros Assistentes Adicionais. O projeto foi apresentado ao Presidente da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) que aprovou de imediato. Não custa lembrar que até 1991 os árbitros centrais também atuavam como auxiliares e em 1992 a FIFA criou o quadro específico de árbitros assistentes entendendo a importância e especificidade da função.
Há mais alguma idéia que possa ser aproveitada no futuro ?
– Sim, os Técnicos de Arbitragem, que foi mais uma inovação do Rio de Janeiro, estão aos poucos abrindo seu espaço. Um bom exemplo é a utilização deles pela CBF em seus jogos. A figura do Delegado Especial, nada mais é, que um técnico de arbitragem com outro nome.
Você que prefere “olhos humanos” o que pensa do chip na bola ?
– Tudo que vier somar à arbitragem é muito bom, mais é inegável que a tecnologia no gol, tomando como referencia todos os continentes e suas especificidades culturais e principalmente econômicas, podemos afirmar que tal tecnologia será utilizada somente nos grandes eventos, ao contrário dos Árbitros Adicionais que serão muito mais produtivos e econômicos.
Você apostaria no Árbitro Assistente ?
O Árbitro Assistente Adicional é muito mais eficaz e produtivo, justamente por esse motivo, ou seja, ele poderá e deverá ajudar o árbitro em vários outros aspectos ao contrario do chip na bola. Um exemplo é o lance de mão do Thierry Henry, que o chip não acusaria. E no caso do jogador defensor interceptar a bola sobre a linha do gol, como o chip irá ajudar ?
Iata, a justiça suiça soltou para a imprensa brasileira o que todo mundo já sabia. Que a dupla Havelange e Teixeira recebeu propina.
Pergunto se vc vai fazer alguma matéria a respeito??
Abrs.
Leonardo.
“Tribunal Superior da Suíça tomou a decisão de tornar público os documentos (leia na íntegra) que detalham os subornos que a empresa de marketing da Fifa, a ISL, recebeu e pagou a cartolas. Segundo os documentos, dois dos envolvidos são Ricardo Teixeira e João Havelange. De acordo com a apuração do Tribunal da cidade de Zug, pagamentos no valor de 21 milhões de francos suíços foram realizados em contas de empresas e fundações ligadas aos dois brasileiros. Segundo o documento, houve “enriquecimento ilícito”.
Com a decisão anunciada hoje, jornalistas suíços poderão ter acesso aos documentos, até hoje mantidos em sigilo. O Tribunal suíço confirmou à reportagem do Estado que os nomes dos envolvidos são de fato os de Teixeira e Havelange, colocando fim a uma polêmica que já durava dois anos.
Em 2010, uma corte suíça abriu investigação contra os cartolas por terem recebido subornos da ISL
em troca de acordos de transmissão de jogos. Mas, na mesma decisão, ficou estabelecido que os nomes dos envolvidos não seriam divulgados, já que eles pagaram de volta parte da propina e acertaram um acordo.
Desde então, a Fifa tem sido pressionada a revelar os nomes dos envolvidos. O Estado apurou que mesmo Teixeira já se preparava para uma defesa, alegando que havia recebido o dinheiro. Mas que os recursos eram para Havelange, seu ex-sogro, e que ele era apenas um “laranja”. O próprio Havelange pediu demissão de seu cargo no COI, poucos dias antes da entidade julgar o caso. Com isso, o processo foi arquivado.
Quatro jornais suíços e a BBC entraram então com um recurso para ter acesso aos documentos e o caso chegou ao Tribunal Superior da Suíça. No caso dos jornais locais, não é exatamente o nome de Teixeira que interessa, mas a transparência na Justiça do país.
Pressionado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, retirou sua oposição e indicou que estaria de acordo com a publicação dos documentos. Mas, em dezembro, um recurso foi apresentado por Teixeira e Havelange, freando sua publicação.
A esperança da imprensa suíça era de que o tribunal autorizasse a publicação pelo menos dos nomes dos envolvidos, até que se soubesse o restante do conteúdo dos documentos. Agora, a corte estimou que a revelação dos envolvidos é de “interesse público” e que, portanto, o acesso aos documentos foi liberado.
A decisão da Corte de 41 páginas não apenas explicita o envolvimento de Teixeira e Havelange, mas detalha cada uma das transferências de subornos para as suas contas. Em algumas delas, o volume da transferência chegava a US$ 1 milhão. A publicação deixa Havelange em uma situação crítica, isso porque ele ainda é o presidente de honra da Fifa. A entidade promete se pronunciar no decorrer do dia.”