FELIZ ANO NOVO

Devo dizer que não acredito em nada que a Fifa divulga. Não posso acreditar numa entidade que já andou frequentando as páginas policiais mais do que deveria. Mas isso interessa ao torcedor ou profissional que queira conhecer melhor quem são os figurões que por lá passaram nas últimas cinco décadas. Quer conhecer como aquela casa funciona leia os livros “Como eles roubaram o jogo”, de David A. Yallop, e “Jogo Sujo”, do nosso conhecido Andrew Jannings, a quem devemos a varredura daquela gente que mandava no futebol brasileiro (CBF). São as dicas de fim de ano.

Messi – o destaque do ano mais uma vez

Por falar nisso, o futebol brasileiro vai fechar a temporada em 18º lugar no ranking da Fifa o que, em qualquer país do mundo, causaria, na melhor da hipóteses, uma crise monumental. Aqui as coisas não funcionam dessa forma. Primeiro há que se buscar um jeitinho, versões infames, frases de efeito até a poeira baixar. Aí surgem novas notícias, contratações que não saem do papel mas rendem manchetes, e tudo volta ao normal. E a seleção continua despencando. Fico a imaginar o que pensarão Pelé, Gerson, Jairzinho, Paulo Cezar Lima, e outros monstros, quando lêem essas notícias.

Neymar – a esperança brasileira na copa

E daí, ganhamos a Libertadores e o Mundial de Clubes, o que querem mais, acham pouco ?

Sim, achamos pouco, eu e minha geração, que vimos esses caras citados acima e muitos outros. Vocês, que vieram depois, se contentam com Neymar eu, meus contemporâneos, não. Queremos mais, sim. Nós vimos o Botafogo, para ficar apenas nesse exemplo, que gosto muito, dar olé na seleção ARGENTINA, no Maracanã, com dois reforços, se não me engano. Olé na Argentina, de cinco minutos. E terminou em gol do Jairzinho. Nossos irmãos apenas viam e só não aplaudiam porque são argentinos (o sangue ferve e eles não fazem isso nem que precise salvar uma vida).

É isso que a gente quer. Nós temos a exata dimensão, embora não tenhamos visto, mas alguns já eram nascidos, do que seja perder uma copa do mundo no Maracanã. Chama-se Maracanazo. E se a gente não se programar, organizar, dentro de campo, estamos na iminência de ser o primeiro gigante do futebol a perder duas vezes o título, em casa. O México não conta, claro, o pessoal da tequila é apenas coadjuvante. Faz a festa, muito bonita por sinal, mas sabe que vai dançar com a mulher mais feia do baile. Vale lembrar que em 1950 o Uruguai, campeão, não era favorito, mas o Brasil, “campeão” na véspera.

Xabi Alonso – A Espanha continua a melhor do mundo

Hoje a banda toca diferente. A seleção cinco vezes campeã do mundo despencou cinco posições com relação ao ranking de novembro. Não tinha mesmo como segurar Mano Menezes com esses indicativos. Mas aí é outro papo, não entro no mérito. Até porque não foi ele quem levou o time a esse patamar. Fala sério, como explicar que o ex-país do futebol está atrás da Colômbia (36º em 2011), Croácia (10º), Grécia (11º), Suíça (12º) Costa do Marfim (14º) México (15º), Rússia (não confundir com União Soviética que era uma potencia mundial também no futebol) (9º), Portugal (7º) e outros. É a pior posição desde que a pesquisa foi iniciada, em 1993.

Como constatação, a permanência da Espanha na liderança, que mantém pelo 16º mês consecutivo. A Alemanha está em segundo lugar, seguido da Argentina e Itália, que tomou o lugar de Portugal. A quinta posição foi ocupada pela Colômbia – diga-se Falcão Garcia – que faz no time o que se esperava de Neymar na seleção da CBF. Os colombianos ganharam três posições graças à excelente campanha que vem fazendo na fase eliminatória Sul-Americana. A Espanha – atual país do futebol – ganha pelo quinto ano consecutivo o prêmio como melhor seleção do mundo. Com inteiro merecimento.

Falcão Garcia – o craque que levantou a Colombia

Preferi – como você percebeu – escolher um tema mais recente, de muita relevância, talvez superando até a crise financeira dos grandes clubes brasileiros – exceção de dois ou três – a ter que fazer relações, pesquisas, seleções, aquela baboseira que fica bem para outros espaços, não o nosso. Aqui a gente expõe nossas opiniões, sem nenhum outro compromisso a não ser esse. Discutir temas do cotidiano. Expor nossa indignação em relação ao pouco caso que fazem do nosso sofrido povo. Escolho um tema e busco desenvolvê-lo com a nossa experiência. E me divirto muito, mesmo escrevendo tão sério como poucas vezes fiz na minha vida. E sou feliz.

Quero agradecer a Marcelo Santos que, na verdade, é o “Guardiola” do “bloguinho”, como é tratado esse espaço entre nós dois. Sem ele – o Messi da dupla – nada seria possível. Até a sugestão para a criação do blog foi dele, pesquisa sobre o registro e as belas fotos que ele posta, com a grande participação do nosso fotógrafo Veloso, incansável, talentoso, prestativo, sempre. Agradecer a você, leitor, que nos deu um grande presente de fim de ano. Atingimos a incrível marca (para nossa avaliação) de 500 acessos por dia – em média – num espaço absolutamente despretensioso – sugerido como lazer, inicialmente, e que vai continuar assim, visto que deu certo. Terminando, garanto que, com ou sem sucesso, uma coisa será mantida e ninguém vai mudar. A independência no que for feito e o maior respeito a você, a razão de tudo. FELIZ ANO NOVO.

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