Crujiff
O lendário camisa 14 do Ajax falava de sua seleção, que entrou para a história como uma das mais fantásticas de todos os tempos, base do seu clube, duas vezes vice-campeã mundial, em 1974 e 1978. Um crime contra o futebol, mas é assim que a história é escrita: como erros e acertos. Parodiando Fernando Calazans, se não me engano o autor da frase , “azar da copa do mundo”.
Não fiz essa introdução toda para comparar times ou seleções. Até porque não gosto dessas aventuras. Acho uma bobagem misturar épocas. Fica parecendo conversa de torcedor de botequim, perda de tempo movido a cerveja, outra coisa que detesto. Fico imaginando uma mulher na praia com um biquíni dos anos 1960, que ridículo, mesmo sendo uma dessas deusas que vemos todos os dias pelas ruas do Rio. Nada a ver.
A Espanha fez alguma coisa parecida com o que disse Crujiff muitos anos atrás. O time dirigido por Vicente Del Bosque, que baita treinador, é capaz de vencer e dar show, quando joga bem. Encanta até jornalista brasileiro, chegado a uma “torcidinha” no ar. E é capaz de se superar quando joga menos, ou mal, se preferirem. Surpreendido pela Itália a Espanha não pode jogar como estava acostumada. Mas se classificou para a final.
Essa é a Espanha, maioria do Barcelona, com o fantástico Casillas, o bravo Sergio Ramos e o ineficiente Arbeloa, do Real Madrid, e Fernando Torres, sonolento, do Chelsea. Diante da quarta final em cinco competições internacionais, “La Roja” se superou depois de sofrer com a marcação e aplicação da Itália, para comandar o jogo na prorrogação e derrotar os tetracampeões do mundo nas cobranças da marca do pênalti. Sete batidas perfeitas.
A sequencia de títulos da seleção espanhola é absolutamente fantástica. Campeã da Eurocopa em 2008, campeã de mundo – pela primeira vez – em 2010, campeã da Europa em 2012 e finalista da Copa das Confederações em 2013. Lembrando que “La Rojita” foi campeã da Europa sub-23 a menos de um mês e está nas quartas-de-final do mundial sub-20 que se disputa na Turquia, com três vitórias sobre USA, Gana e França.
Brasil e Espanha farão domingo uma final histórica desta tão confusa Copa das Confederações, que ficará marcada para sempre. Em campo o time a ser batido, contra uma equipe em formação, jogando em casa, com mais de 90% de torcedores ao seu lado. A Itália deu a dica de como jogar contra “La Roja”, resta saber se o jogador brasileiro se adapta àquele tipo de jogo. Acho difícil. Para os espanhóis a certeza que sua seleção é muito forte, que pode impor seu jogo de tic-taca. Uma grande final, com certeza.