ELVIS IN CONCERT EMOCIONA O MARACANÃZINHO

Milhares de admiradores lotaram o ginásio do Maracanãzinho debaixo de muita chuva e grande expectativa sobre o que estava para acontecer. Trinta e cinco anos após a sua morte Elvis Presley seria mostrado pela primeira vez aos fãs brasileiros, depois de fazer muito sucesso por todos os países onde foi apresentado. O espetáculo IN CONSERT mobilizou gente de todas as idades, como a senhora Maria José da Silva Vigário, de 85 anos, que chegou cedo, levada por amigos.

– Eu tenho “Elvis e eu”, da Priscila, tenho as revistas todas, vi os filmes, shows, guardei tudo que saiu sobre a morte dele. As noticias sobre a tentativa de roubo do tumulo dele que depois levaram para a mansão, tenho isso tudo guardado. Pra mim ele é tudo, gostava muito dele, eu agradeci muito a Deus por ter vivido na mesma época dele, ter podido ouvir o Elvis. Ele nasceu no dia 8 de janeiro de 1935 e morreu no dia 16 de agosto de 1977. Eu gostaria muito de ter podido conhecer a casa dele, mas agora não posso mais, desse jeito. Só vim aqui por que me trouxeram. Quando ele nasceu eu tinha 8 anos, disse emocionada e feliz por estar naquele lugar.

D. Maria José chegou cedo para ver seu ídolo.

Um show deslumbrante, tecnicamente maravilhoso e altamente emocionante, dava a cada fã de Elvis a sensação de um espetáculo ao vivo. Um repertório cuidadosamente escolhido reuniu os maiores sucessos do único cantor no mundo a ultrapassar um bilhão de cópias vendidas, que lhe rendeu um disco de ouro “in memorian”, em 1987. Várias gerações viram, vibraram e cantaram os maiores sucessos do menino pobre de Tupelo, no Mississipi, caucasiano de voz negra que conquistou o mundo com sua voz maravilhosamente linda.

Encontro com Ronnie Tutt lenda viva do rock

No palco, ao vivo, alguns dos maiores músicos americanos se misturavam às gravações de shows realizados por Elvis Presley,com destaque para o baterista Ronnie Tutt, considerado por muitos como o melhor do mundo, que esteve presente ao show Aloha from Hawwaii, realizado em 14 de janeiro de 1973, no Havaí, primeira transmissão via satélite para todo o planeta. Outras canções foram escolhidas dos shows no Hotel Internacional, em Las Vegas, onde Elvis realizou muitos dos seus melhores shows.

 O público se emocionou e chorou. Cantou e aplaudiu todas as canções, mas algumas delas mostraram a preferência pelos sucessos da época pós hollyhoodiana, quando Elvis voltou aos estúdios e aos palcos. “Can’t help falling in Love” levantou o público que cantou forte um dos maiores hits do ídolo. “My Way” foi ouvida com respeito e aplaudida com entisiasmo. “Suspicius Mind” levantou outra vez a platéia e foi a mais cantada. “American Trilogy” e “Bridge Over Trouble Water” emocionaram a todos pela beleza de sua interpretação.

Rodrigo Mattos Cardoso, 32 anos, é músico, canta Elvis, teve uma banda de rock e se emociona ao falar do grande ídolo e explica como o rei do rock passou a fazer parte da sua vida.

– Vendo filmes. Passou um filme dele na televisão e fiquei vendo, virei fã. Falei pra minha mãe, legal esse cara. Não tive influencia dos meus pais, até porque eles não gostavam, reclamavam, e passei a gostar por conta própria. Eu tinha oito anos, isso em 1989, e minha mãe disse que minha tia tinha um disco do Elvis e fui la na casa dela para ouvir. Era um vinil. Pedi um de aniversário, ela me deu e já era. Não existe isso em nenhum lugar do mundo, com ninguém, ainda mais os números que o Elvis tem nunca serão batidos por ninguém , em tempo algum. Se puder definir o Elvis em uma palavra é: qualidade. Tudo é bom. As roupas eram boas, os músicos são fantásticos, os caras estão aí, velhinhos, tocando como nunca. Há um preciosismo em tudo. Todo mundo gosta das músicas, mesmo quem não entende de música. Jailhouse Rock foi uma das primeiras que ouvi e acho uma das coisas mais lindas em rock. Eu ouvi uma coisa impossível . É uma das maiores gravações de todos os tempos. Eu ouvi uma coisa que era impossível e continua sendo.

Leornardo e Lucas herança de pai para filho

Uma dupla chamou a atenção dos fãs que chegavam para assistir o prometido show. Pai e filho, caracterizados de Elvis, foram fotografados e falaram de sua aproximação com o rei do rock. Leonardo Sol, 30 anos, e Lucas, de 6 anos, viveram uma noite inesquecível.

– Começa assim. Veio de minha mãe que era apaixonada por Elvis, acho que isso tem um pouco do sangue. Eu gostava muito dessas coisas antigas, da década de 50 e ela gostava muito de ouvir as músicas do Elvis, ficava ouvindo o dia inteiro e eu fui gostando. Começa assim, o Lucas tem seis anos é uma cópia fiel do Elvis, sabe todos os sucessos do Elvis. Eu nasci e o Elvis morreu no mesmo ano, poucos meses depois. Tem muita coisa parecida, alguma coisa que nos liga. Eu gosto de romantismo e as músicas do Elvis me tocam muito, tem uma influência que a gente não consegue explicar direito, tem uma proximidade muito forte. Só canto na intimidade mas conheço todas as músicas e sou apaixonado pelas letras. O Elvis é o ápice de tudo. Da música, do rock e até como exemplo de vida e quero passar isso para o meu filho porque não há nada que denigra a imagem dele, pelo contrário, eu acho bonito seu exemplo. 

Rodrigo juntou-se ao grupo formado em rede sede

Um grupo formado no Facebook encontrou-se pela primeira vez no Maracanãzinho, antes do show. Áurea Salles Pessoa, Maria Aparecida Dias e Conceição Jardim levaram bandeira e planejam fazer reuniões e incentivar a formação de mais um fã clube do maior ídolo do rock.

– Em 1987, a RCA deu um disco de ouro IN MEMORIAN, a Elvis, que ultrapassou um bilhão de discos vendidos, dez anos depois de sua morte. Isso todo mundo tem que saber, falou Conceição, com orgulho.

Elvis Presley Xavier garantiu que seu ídolo estava presente no ginásio

Elvis estava presente, fisicamente. Assediado por admiradores do cantor, Elvis Presley Xavier, muito emocionado e extremamente simpático, falou com orgulho de ser um seguidor do cantor americano, acompanhado da mulher Zenite Presley, que também é sua empresária. Sua vida gira em torno de Elvis Aron Presley.

– Quando Elvis morreu eu fiquei maluco. Tinha apenas cinco anos. Antes dele morrer eu disse à minha mãe que queria ser assim. Hoje eu vivo disso, até mesmo porque é o meu nome. Já estive em Graceland, um lugar maravilhoso, onde se respira Elvis em todos os cantos. Fui muito bem recebido e adorei aquele lugar. Comecei a cantar aos 15 anos, fazendo shows direto, sempre aparecendo muitos convites e acabei virando Elvis, cantor. O que mais admiro no Elvis é a pessoa que ele é (sic). É um cara muito bom, amoroso, humano. Lá em Graceland você vê quem ele é. Amigo dos amigos. E hoje, esse povo que está aqui. Cara, ele está aqui e essa chuva é ele chorando por esse povo que está aqui por ele. Ele está aqui. Isso foi no mundo inteiro, Inglaterra, Japão em todos os lugares. Minhas canções favoritas são “My Way” e “How Great Thou Art” que ele canta para Jesus e ele me ensinou também a ser cristão.

O técnico Ney Franco, do São Paulo, chegou apressado e muito feliz. Estava atrasado e não deu tempo de falar de Elvis Presley, de quem, com certeza, curtiu muito sua obra. Foi ligeiro e bem econômico ao se despedir em busca do seu lugar na platéia de palco.

– Ganhamos do Vasco, estou muito feliz.

Se antes a expectativa era de apreensão, após o encerramento tradicional dos shows ao vivo, ao som de “See See Rider”, o locutor oficial anunciou, depois de agradecer a presença do público: “ELVIS ACABA DE DEIXAR ESSA CASA”. Não havia mais nenhuma dúvida no coração de cada fã do maior fenômeno musical de todos os tempos. Elvis continua vivo para cada uma dessas pessoas.