COMEÇA
O futebol brasileiro está muito chato. E a imprensa tem culpa do que estamos vendo nos campos e fora deles. As transmissões são uma chatice na máquina de formar imbecis. Os narradores são chatos, os comentaristas são chatíssimos e os repórteres chatérrimos. Não contribuem com absolutamente nada. Não sei o que fazem durante as jornadas. Narração sem áudio, hoje, é o ideal. Você vê e tira suas conclusões. Não preciso falar das óbvias e raras exceções.
Está cada vez mais consolidada a previsão de alguns anos trás de que a televisão mataria o futebol. Matou e bem matado. E vai ser difícil ressuscitar o divertimento favorito dos brasileiros, enquanto essa gente estiver no comando, manipulando tudo por conta de audiência. Futebol hoje é uma chatice só. Vai começar esta semana a Liga dos Campeões da Europa. Você poderá ver a diferença em todos os sentidos. Principalmente nos horários dos jogos, nas imagens e nas narrações. É outro padrão
Não é só isso. Os dirigentes dos clubes são chatos. Se houvesse uma votação hoje, pela internet, em qual dirigente você votaria ? Tem um dia para pensar. Chatos e incompetentes. Os jogadores são chatos. Chatos e péssimos profissionais. Além disso, mal educados, fingidos, canastrões e covardes. Não há um jogo sem que um deles atinja o colega de profissão com uma cotovelada ou tapa. Em seguida, as cenas de cinema, sem nenhuma qualidade.
Os árbitros são chatos, como os de antigamente. Com a diferença – contra eles – das dezenas de câmeras mostrando o que não se vê, normalmente. Uma das raridades a favor da televisão. Talvez por serem máquinas. Erram porque são humanos e isso não se pode cobrar, além do limite de cada um. Mas exageram nas decisões em que há necessidade de bom senso. Os cartões amarelos são distribuídos sem critério algum. Fica a impressão que lhes exigiram cotas por jogo.
Junta tudo isso e o resultado é uma sequência de jogos de baixo nível, com público jamais registrado em qualquer campeonato ou copa nacional. Duas partidas foram disputadas semana passada com público de 600 e poucos pagantes. O resultado dessa mistura gera violência fora de campo. Não há mais como dizer que os jogadores incentivavam as brigas entre torcidas organizadas. Nunca foi por aí.
Hoje as gangs se confrontam armadas, com uma série de mortes de seguidores ou inocentes que estavam no lugar errado, com a camisa errada. Seu crime foi torcer por outro clube que não o daqueles facínoras. Matam e vão continuar matando enquanto houver impunidade. O problema é fácil de resolver, basta querer, ter vontade para acabar com a atuação desses assassinos.
Esse campeonato brasileiro, criado em 1971, a verdadeira competição nacional, no meu entender, perdeu o sentido quando resolveram unificar os títulos, politicamente. Fizeram uma salada que deu em nada. Inacreditável que essa idéia tenha sido aceita, apenas por conchavos, sem nenhum critério técnico, meritório. Feito por fazer, mudar por mudar. O resultado foi zero. A sequência desses desmandos está na mesa.
A comparação é inevitável. Aceita quem quiser. A Liga dos Campeões da Europa começa esta semana com algumas atrações como Messi, Cristiano Ronaldo, Aguero, Casillas, Neuer, Ibrahimovic, Thiago Silva, Marcelo, Xavi, Iniesta, Özil, Bale, Fabregas, Falcão, Daniel Alves, Buffon, Van der Vaart, Robben e muitos outros nossos conhecidos. O campeonato brasileiro tem apenas Neymar como atração. É o que de mais lamentável se pode constatar. Uma realidade para se refletir se é mesmo isso que queremos ou vamos exigir mudanças.