Nenhuma novidade, é assim que as coisas são tratadas no Brasil. Rico, bonito ou famoso pode tudo, até atropelar e matar que não dá em nada. Dois, três dias nas páginas e não se fala mais nisso. Funciona desse jeito. O auxiliar de arbitro Emerson Carvalho errou feio, deixando passar três impedimentos num só lance, que acabou dando a vitória ao Santos. Nada demais, se não fosse contra o Corinthians. Saiu da Vila direto para a geladeira, que é a solitária dos apitadores e auxiliares. O certo é não errar contra ninguém, mas isso é impossível.
Três dias depois lá estava ele, no mesmo lado do campo, à esquerda das cabines, validando o gol do Grêmio, aos 44 minutos do segundo, lance dificílimo, que deu a classificação inédita para o tricolor gaúcho. Então, o cara não é tão ruim assim, sabe trabalhar. O que aconteceu na Vila Belmiro ? Muita pressão sobre a arbitragem, pode ser. A importância do jogo, também. Alguma coisa estava errado no domingo. Disseram tudo, menos que ele é humano e errou, como qualquer um de nós. Mas isso não interessa, não vende jornal nem dá audiência.
Num lance ele errou feio, não há desculpas que dê jeito. Pau nele. No outro, um acerto dificílimo, que eliminou o Coritiba, time certinho, bem arrumado pelo Marcelo, mas de um centro menos importante (na avaliação de parte da mídia, que não tem meu aval) e estamos conversados. No outro, tirou três pontos do poderoso timão e as críticas são merecidas. A forma como as coisas são analisadas é que intrigam. Qual o critério, afinal, usado. Nenhum. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
No meio desse tornado acontece a exoneração de Sergio Correa, afastado por José Maria Marin, presidente da CBF, da Comissão Nacional de Arbitragem (Conaf), que estava no cargo desde 2007. Em seu lugar assume Aristeu Leonardo Tavares, deixando o cargo de Ouvidor de Arbitragem. O coronel Aristeu tem uma extensa e exemplar folha corrida na Policia Militar e na arbitragem nacional e mundial, incluindo uma copa do mundo. Com certeza uma das escolhas mais acertadas no futebol brasileiro nas últimas três décadas de desmandos.
Não pense, amigo leitor, que vai ficar tudo maravilhoso, que não haverá mais erros, que as análises dos árbitros serão isentas, nada disso. Alguns árbitros de qualidade duvidosa terão a mesma complacência por parte de seus amigos comentaristas e das empresas que transmitem os jogos e precisam de alguma “ajuda”, eventualmente. Tipo atrasar o jogo, dar seguimento a uma partida com o campo alagado, etc. Lamento dizer, pouca coisa vai mudar, a política manda assim.
Exceção do trabalho realizado na Federação de Futebol do Rio de Janeiro, com a arbitragem, não tenho conhecimento de nenhum outro departamento trabalhando com tamanha organização, metodologia e planejamento como é feito sob o comando de Jorge Rabello que deu aos árbitros uma estrutura jamais vista no nosso Estado. O Rio tem o quadro mais bem preparado fisicamente, foi o que mais revelou e o que tem o mais baixo percentual de idade. Além de ter introduzido o Arbitro Assistente na Fifa (Board)
Falta arrumar o resto, por aqui. Nem a contratação de Seedorf, muito comemorada na estréia e nos dois jogos seguintes, a torcida não tem prestigiado o time. O Vasco briga forte e depois vende jogadores importantes e fica oscilando na tabela. O Fluminense parece o mais certinho, mesmo assim não convence a maioria dos torcedores, que preferem ficar em casa. Público de 12 mil pessoas é anunciada pelos locutores como um grande feito, que é isso ?
Torcedores assassinados antes dos jogos, dificuldade de acesso a muitos estádios, falta de condução e estacionamento, preços exorbitantes para espetáculos pobres de emoção e qualidade. Por enquanto, a única coisa que deu certo foi a ida de Ronaldinho Gaucho para o Atlético Mineiro, com uma campanha brilhante ajudado pelo ex-rubronegro que, em contrapartida anuncia a volta de Adriano I e Único, o Imperador. Pronto, está tudo resolvido.
Fechando por agora, prometo voltar ao assunto, hoje jogaram no Camp Nou Barcelona e Real Madrid, no início da temporada (entre a primeira e a segunda rodada) com a vitória do Barça por 3×2, na estréia (oficial) de Tito Villanova, substituto de Pep Guardiola. Aos 37 minutos do segundo tempo ele sacou Iniesta e pôs Fábregas, está mal de “banco”. Detalhezinho besta, sobre a presença dos torcedores, na primeira partida da Supercopa da Espanha: 91.728 pagantes. Para a volta, dia 29, em Madrid, já foram vendidos os 85 mil ingressos postos à venda no Santiago Bernabéu. Esse é o futebol campeão do mundo, que sabe honrar o título.
Iata,
faço algumas considerações sobre o nosso falido futebol brasileiro no blog SOCIOLOGIA DO NORTE FLUMINENSE.
http://sociologianf.blogspot.com.br/2012/08/todos-seguram-essa-selecao-ate-o-taiti.html
Agradeço pela força!!
abs.
Leonardo.